2005/06/25

De: Emília Valente - "A não fusão" 

Boa tarde

É bom ver outra atitude dos senhores, eu diria mais “soft”. Porque será??

Não vejo que os investimentos estrangeiros e mesmo nacionais deixem de ser feitos só porque existem várias cidades e não uma, veja-se o caso do El Corte Inglês. Se o Dr. Rio fosse o presidente dessa megapolis, esse investimento nunca ficaria onde está a ser feito. Perdia-se por completo, pois nem no Porto, nem Matosinhos ou noutro concelho qualquer, que lá fosse integrado. Lá se iam 1500 postos de trabalho directos.

Não vejo que a gestão dos transportes fosse diferente. Essas empresas depois de implantadas, operam indiferentemente ao local onde politicamente lhes foi dada licença para operar. O caso do Metro do Porto até já foi referido pelo sr. Antunes. Para os departamentos das várias câmaras cooperarem, não é necessário redefinir fronteiras, ou será que não haverá sempre quem tente “sabotar” o bom andamento dos processos? É por passarem a trabalhar no mesmo sítio ou em conjunto, ou pelo mesmo objectivo que será diferente do que é agora?? A comunicação será uma realidade entre as várias instituições se optarmos pela fusão??

A marca Futebol Clube do Porto está sediada no Porto, e no entanto são muitos os Gaienses que apoiam essa marca, não foi preciso haver fusão para apoiarmos todos o clube. Verdade?

É por demais evidente que a marca Porto ou Oporto é reconhecida em todo o mundo e que a marca Vila Nova de Gaia ou Gaia não. Mas vejo que a História agora já interessa! “Os monumentos, a História, as sedes de empresa e todos os serviços que já existem no Porto”. Estou apenas a citá-lo.

Já é a 2ª vez que noto uma preocupação em relação aos estrangeiros: nós não temos de explicar nada se temos duas cidades bem definidas ao lado uma da outra ou se temos 20. Não é por isso que eles deixam de vir cá. Viriam mais se tivéssemos uma megapolis? Para eles suponho que seria tudo igual. Vou indagar sobre isso.

Cumprimentos
Emília Valente dos Reis
http://homepage.oninet.pt/120mkq
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Nota de TAF: Cara Emília, não sei a quem se referia quando falava em "atitude mais soft". Pela minha parte esclareço que a minha não é mais "soft" nem menos "soft", é a mesma de sempre. ;-)

De: Diogo Barbosa - "A Fusão" 

Concordo com o TAF, “com a fusão de Porto e Gaia a administração local funcionará de facto melhor porque se geria de forma coerente um espaço que, apesar da actual divisão em dois, na realidade é único”. Realmente a fusão das cidades e a redefinição das fronteiras, vai resolver alguns problemas sociais, a administração municipal vai sem duvida funcionar melhor ou pelo menos de uma forma mais coerente em todo o território, o emprego tenderá a aumentar devido às novas oportunidades e imagem que uma fusão deste género trará, os salários poderão ficar um pouco melhores, e sem duvida que a qualidade de vida vai melhorar, nem que mais não seja devido à melhor organização dos transportes públicos, instituições publicas e afins. Em relação à felicidade e à riqueza… bom, neste caso só o tempo e as próprias pessoas poderão decidir. :)

A proximidade com os cidadãos é facilmente resolvida com o aumento de competências às juntas de freguesia, algo que deveria estar feito desde já. A centralização de serviços e recursos numa só câmara municipal evitará as redundâncias que existem nos serviços e aumenta a produtividade, libertando recursos para outros fins. Vamos usar, por exemplo, o departamento de informática das três câmaras municipais. Com uma centralização deste serviço, a informação pela web será mais coerente para os turistas, as bases de dados cruzam-se criando nova informação, e libertam-se recursos, por exemplo para dar apoio e formação aos cidadãos e ajudar o pequeno comercio a actualizar-se face à concorrência das grandes superfícies. Nenhum destes departamentos vai cooperar entre si estando separados.

Outro exemplo ainda, os departamentos de compras. Não teria mais lógica comprar o material de escritório de uma forma centralizada de forma a conseguir melhores preços e assim poupar? Ou mesmo as viaturas municipais?

A melhor comunicação e uma melhor cooperação entre os concelhos do Porto, Gaia e Matosinhos são realmente boas ideias, e nobres. No entanto é algo que não funciona. Veja-se o exemplo que o Rocha Antunes aqui trouxe é a realidade. As pessoas são realmente muito pequeninas em alguns cargos. Nenhum presidente de câmara vai deixar de lutar pelo seu concelho em prol do bem da região. A Emília Valente tem com certeza uma forma de pensar bem estruturada e consegue perceber as vantagens de uma cooperação, mas a esmagadora maioria das pessoas só vê aquilo a que pertence, e como tal não vai cooperar em nada que não esteja dentro dos seus limites. Só ao mostrar a centenas de milhares de pessoas que estamos todos no mesmo barco e a lutar para os mesmo objectivos vamos remar para o mesmo lado.

Tal como nas empresas, as cooperações trariam muitas vantagens, mas só com uma fusão acontecem realmente. Imagine-se uma cooperação entre a Microsoft e a Apple…
O próprio presidente da câmara de Gaia defende a ideia da fusão, estando até disposto a largar o seu cargo por isso.

Eu moro no Porto, estudei na Maia, vou ao cinema em Gaia e muitas vezes às compras a Matosinhos. Como se explica isto a um estrangeiro? (Ou mesmo a quem cá vive)
A marca “Porto” ou “Oporto” tem um enorme impacto em todo o mundo, por isso, porque não unir esforços conjuntos? Entre outros exemplos possíveis, na Austrália existe um restaurante de “fast-food” chamado OPORTO.
Os monumentos, a História, as sedes de empresa e todos os serviços que já existem no Porto, aliado ao tamanho, às praias e às pessoas de Gaia, sem esquecer tudo aquilo que o concelho de Matosinhos pode trazer também, é uma ideia e um conceito que não pode falhar. Ao fim e ao cabo, fazemos todos parte da mesma cidade, sabemos bem disso.

Tenho a certeza que os vários Hotéis nas actuais cidades de Gaia e Matosinhos poderiam ganhar com o nome “Porto”. A maior parte das pessoas que nos visitam não sabem que se ficarem instalados num dos hotéis da margem sul da Ponte da Arrábida chegam mais rápido ao centro da cidade do que se ficarem na Boavista.

Poderemos com certeza encontrar alguns pontos onde inicialmente uma fusão poderia trazer alguma inconsistência de serviços, mas que no curto prazo seria resolvido e num médio prazo esses pontos estariam a ultrapassar positivamente os que existiam anteriormente separados.

Por mim, teria muito orgulho em unir a minha cidade com Gaia e Matosinhos.

Diogo Melo Barbosa

2005/06/24

De: Emília Valente - "Mais fusão" 

Boa noite a todos

Desculpas aceites, sr. Antunes. Eu também não faço mais do que emitir opiniões. Acho apenas estranho só olharem a vantagens na fusão. Que o Porto possa alargar para Norte, é-me indiferente, agora ultrapassar o rio juntando-se a uma cidade enorme e tão complexa como Gaia, parece-me descabido. Acredito que não faça parte de associações pró-fusão, mas esteja à vontade; essa associação até já foi sugerida pelo sr. Diogo Barbosa. Sendo assim, não teria sentido não haver também uma associação com propostos contrários à fusão. Já sabe de que lado estarei. Mas sem guerras.

Ainda não li razões em concreto para as actuais fronteiras concelhias estarem desactualizadas. Que impedimentos elas trazem aos cidadãos? Com a redefinição dessas fronteiras, resolveremos os problemas sociais, a administração municipal funcionará melhor, seremos mais felizes, mais ricos em termos de saúde e cultura, emprego, salários, teremos melhor qualidade de vida? Eu só apoiaria a fusão se, se resolvessem muitos destes problemas. Custa-me a acreditar.

Sr. Tiago, perante a hipótese que apoia, faria mais sentido, que Gaia absorvesse o Porto, (quanto à mudança de nome nem comento), pois neste momento é Gaia quem tem mais força em termos políticos, em população e é onde existe um presidente mais hábil e com maiores ambições, embora infelizmente, o Dr. Menezes seja a favor da fusão, o que lamento, mas concedo-lhe perdão dado o bom trabalho que tem produzido à frente da câmara.

Li os posts que me sugeriu, desculpe mas não produziu efeitos. Paciência. Será mesmo que todas as pessoas são a favor da integração de que fala? Novamente, mais dúvidas.

Sobre o (a) Metro do Porto teria muito a dizer, mas noutro contexto e noutra perspectiva. Fica para a próxima.

Agradeço desde já o facto de os meus posts serem publicados assim como agradeço a inclusão do nome da minha página da internet, quer fosse voluntária ou involuntariamente.

Cumprimentos

Emília Valente dos Reis
http://homepage.oninet.pt/120mkq
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Nota de TAF: quatro comentários rápidos.

De: TAF - "Mapas e Arquitectos" 

O Gabriel lembrou bem: maps.google.com
- O Porto I
- O Porto II

- Arquitectos portugueses na internet

De: F. Rocha Antunes - "Ora bem" 

Cara Emília Valente,

Antes de mais, peço-lhe desculpa, se acha que a ofendi. Garanto-lhe que não foi essa a intenção, e muito menos o meu método de trocar opiniões. Posso ter sido menos feliz no texto que a incomodou, e não ter feito uma distinção mais clara entre o que considero uma mentalidade limitada e paroquial e a referência que fiz ao seu texto, em que ilustrava o tipo de argumentos que são utilizados para justificar a não fusão de freguesias e concelhos.

Eu acho que as opiniões são todas discutíveis, começando naturalmente pelas minhas. E não acho que uma opinião boa ou má seja mais do que isso, uma opinião.

Portanto, bem vinda à discussão.

Aqui só há opiniões avulsas de pessoas que na maioria dos casos não se conhecem. E um espaço de discussão.

Agora, eu explico o que acho uma mentalidade limitada e paroquial. A mentalidade infelizmente predominante nos nossos autarcas é de que as coisas só são boas se o forem estritamente para o seu concelho ou freguesia. Esquecendo-se de que a maioria de nós vive, trabalha e diverte-se num conjunto variado de concelhos que têm fronteiras que foram definidas há muitos anos. Isso é limitado, porque apenas circunscrito aos interesses exclusivos de cada sítio, não percebendo que é do interesse de todos que exista outra perspectiva. Só conheço duas excepções, ambas impostas pelas condições e oportunidades geradas pela nossa participação na União Europeia: a Lipor e o Metro do Porto.

Concordo consigo que a questão nem sequer é de partidos políticos, porque o caso mais gritante é a guerrilha entre Porto e Gaia e os presidentes são do mesmo partido.

Mas eu dou-lhe um exemplo concreto, entre de dezenas de exemplos possíveis. Como já percebeu, eu sou promotor imobiliário. E recentemente realizou-se um salão imobiliário aqui na região. Vou contar-lhe o que aconteceu para que possa perceber melhor o que quero dizer com visão paroquial.

O dito salão imobiliário foi organizado por uma empresa especializada em feiras de imobiliário e teve como nome Imobitur – Salão Imobiliário do Porto. Como é natural, o espaço escolhido foi a Exponor, que fica em Matosinhos. A Câmara de Matosinhos, apesar de receber fisicamente um evento que mobilizou uns milhares de profissionais do imobiliário e que durante uns dias se deslocaram ao respectivo concelho, recusou ter um espaço no salão pelo simples facto de este se chamar Salão Imobiliário do Porto e não de Matosinhos. Claro que à mesma Câmara não faz confusão que o Metro se chame Metro do Porto, mas neste caso fez. Se isto não é mentalidade paroquial, então sou eu que não sei o que é mentalidade paroquial.

A questão dos limites administrativos irracionais é uma limitação à eficiência de que andamos todos desesperadamente a precisar. Não imagino que os limites possam ser redesenhados sem ter em consideração as realidades e o passado de cada lugar. Mas querer determinar os limites administrativos sem uma qualquer lógica racional é um desperdício. Que, como em muitas outras coisas, não podemos permitir. Mas fique descansada, esta é apenas mais uma opinião. Não faço parte de nenhum movimento, conspiração ou agremiação interessada em alargar a influência do Porto à custa de Gaia ou de outro concelho qualquer.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Emília Valente - "(Con)fusão de concelhos" 

Caros Senhores

As minhas desculpas se ofendi alguém no meu post de 18/06/05, pois não era minha pretensão. É um desperdício de tempo, deve-se aproveitar estes blogues no sentido positivo das questões, mostrando os vários lados. O objectivo era que alguém do Poder pudesse tirar daqui algumas sugestões de tão variadas ideias. Infelizmente só vejo retratado um lado da questão e como se fosse já irreversível. É por isso que aqui escrevo. Chamo-lhe dever de cidadania. Passo então ao tema que gostaria fosse utilizado para reflexão e não para denegrir outras opiniões, como fez o sr. Antunes. Continuo e, até prova em contrário, continuarei a defender uma maior interacção de serviços inter-municipais e a combater a ideia de fusão dos concelhos de Porto e Gaia. A parte histórica a que me referi, é uma ínfima parte das razões que me levam a não optar pela fusão. Mas percebo que SÓ se refiram a esta parte. Os argumentos contra não são muitos, por isso há que pegar em qualquer coisa.

Dizer uma só administração é muito bonito, mas centralizada e distante do cidadão, não. O sr. Pedro Baganha referiu-se aos pedestais, aos pequenos poderes instalados, etc. Com certeza os haverá, mas quanto a mim não pertenço a nenhum destes parâmetros, pois não ganho absolutamente nada com a fusão ou com a não fusão. Cada caso é um caso e o que se passa em Canas de Senhorim é diametralmente oposto ao caso de Gaia e Porto.

Devo dizer que concordo quando os srs. argumentam que as pequenas freguesias se devem fundir. No caso concreto de Porto e Gaia nenhuma destas é pequena como devem imaginar; Gaia tem duas vezes o tamanho de Lisboa. Imaginem que só passasse a haver uma só câmara municipal e portanto, uma só administração e que os vários serviços passassem a ser um de cada, em vez de dois. Se eu precisasse de um serviço localizado na câmara principal (supondo que esta passasse a ser a do Porto para os dois concelhos), teria de me deslocar até ao Porto quando neste momento tenho a câmara de Gaia a 5 minutos a pé de minha casa. Estaremos a facilitar a vida ao cidadão comum? É que há processos que estão a anos-luz da informatização e outros que só se tratam pessoalmente. Isto é apenas um pequeníssimo exemplo. Haverá menos burocracias? Se sim alguém pf me diga, quais deixaremos de ter. Acredito no lema: dividir para melhor governar. Por alguma razão existem freguesias, concelhos e distritos. Ou será que a tendência é também banir estes últimos?

Se ser bairrista é querer serviços mais rápidos, práticos, próximos do cidadão, então sou bairrista. Verdades absolutas ninguém as tem, sr. Rocha Antunes, e só porque a ideia de não fusão choca com as suas “ideias” já lhes dá o nome de “visão limitada e paroquial”, “ladaínha” e “argumentos não racionais”, entre outros preciosísmos. “Mentalidade rural” também pode ser considerado como quanto maior melhor como parece ser o seu lema, sem que daí resultem vantagens, não?

Intoxicar opiniões, sr. Pedro Baganha, são os dois lados que a fazem, até porque neste blog só eu defendo a não fusão. Quem intoxica quem? O tema não me parece maldito até porque se fala nele abertamente.

As duas margens devem cooperar SIM, mas não serve de desculpa presidentes de câmara serem de cores diferentes para passar a haver um só presidente, o caso dos presidentes destas duas cidades demonstra bem isso. Deve haver uma reorganização de serviços (a história dos hospitais como o sr. Diogo Barbosa escreveu), mas não a ponto de termos uma só cidade. Porque haveríamos de ter? Li com agrado a mudança de atitude do sr. Tiago Fernandes que em 09/06/04 fazia um comentário infeliz na sua última frase e que em 05/06/05 tem uma atitude completamente diferente e coincidente com a minha. Bem haja! Com certeza saberá que o vinho do Porto apenas o é de nome, pois é em Gaia que ele é armazenado e envelhecido.

Qual a projecção internacional que uma cidade Porto-Gaia haveria de trazer sr. Nuno Cruz? Não consigo perceber quais as vantagens administrativas de que fala, quando haverá maior área territorial para governar com tudo o que isso acarreta! Buda e Peste fundiram-se, seremos obrigados a fazer o mesmo?? Meus senhores, vamos tentar cooperar neste assunto, até porque são as cidades e consequentemente nós, os cidadãos que ganharemos com isso. Viva o Porto e Viva Gaia! E bom S. João!

Emília Valente dos Reis
http://homepage.oninet.pt/120mkq
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Nota de TAF: Peço desculpa, mas percebeu mal a minha opinião, que não sofreu alteração desde que me pronunciei sobre este tema e que não é coincidente com a sua. O que eu escrevi em 2004: "Julgo que a maioria das pessoas será favorável à junção de Gaia com o Porto (...) Para quê complicar? Integre-se Gaia no Porto e pronto."
E em 2005: "Já tenho defendido que a administração local está actualmente demasiado retalhada. Contudo, tentar centralmente forçar fusões contra a vontade das populações é uma asneira monumental. Mais sensato será oferecer incentivos significativos à fusão de estruturas de poder local que voluntariamente o escolham fazer (...)".
Já agora, leia pf. também este outro texto que eu já tinha referido na nota que escrevi por ocasião do seu comentário anterior, ou ainda este - "O Porto não é só o Porto"

De: F. Rocha Antunes - "Gato escondido..." 

"... com rabo de fora?"

Meus Caros,

Como a maioria dos portuenses, hoje acordei tarde. A noite de S. João está cada vez melhor. E só agora dei a minha vista de olhos pelos jornais do dia. Há muitos assuntos importantes, o principal dos quais a nova lei das rendas. Quem anda no imobiliário há muitos anos, como eu, sabe que o mais importante é que haja uma qualquer lei das rendas que permita desbloquear uma parte importante do património imobiliário do país que foi congelado. Se a lei é mais liberal ou mais proteccionista já não me interessa, sinceramente. A melhor versão que conheci data do princípio dos anos 80 e foi abandonada porque os efeitos só seriam atingidos ao fim de 20 anos, lá para o então longínquo ano 2000. Por isso venha uma lei. Para que pelo menos daqui a 20 anos a normalidade se atinja. Mas vou escrever sobre outra coisa.

Venho falar de uma opinião que aparece hoje na Tribuna do Público, subscrita por Nuno Ortigão, Licenciado em História, com o título “…finalmente, uma boa vista”.

Segundo a opinião desse senhor, o Porto tem assistido a muitas manifestações de provincianismo sobre algumas obras importantes da nossa cidade. E acrescenta que ainda nos questionamos porque é que grandes realizações só são possíveis em Lisboa. Explica que na antiga capital do Império não se discute, realiza-se! E que aqui todos acham que devem exprimir a sua opinião e que o resultado disso é a inércia. Conclui essa parte do seu raciocínio dizendo que acredita que as obras se irão realizar, apesar da cidade. Corrigindo imediatamente a seguir que as obras se vão realizar apesar de algumas pessoas que gostam de protagonismo. Interrogando-se se não será oportunismo?

É esclarecedor.

Depois, decide fazer uma história do abandono a que a Avenida da Boavista foi votada nos últimos anos (o que me parece bem, já que assina como licenciado em História) e interroga-se porque há tanta contestação se a requalificação ainda por cima está a cargo de dois dos mais prestigiados arquitectos do mundo. Convém recordar neste momento que os provincianos são os outros.

Claro que o facto de em Lisboa se ter embargado a principal obra do mandato do actual presidente da Câmara, e do anterior ter perdido as eleições provavelmente por ter decidido fazer um elevador que os esclarecidos alfacinhas acharam um absurdo não abala a opinião base, a de que aqui no Porto discute-se tudo, por sede de protagonismo e quiçá até por oportunismo, e na antiga capital do Império não existirem manifestações deste nosso provincianismo.

Podem achar exagerada a importância que eu estou a dar a mais uma de muitas opiniões sobre este assunto. Mas cheira-me que esta opinião é a de alguém que tem o mesmo nome, a mesma formação e a mesma idade do responsável pela comunicação de uma empresa de transportes públicos chamada Metro do Porto. Claro que pode ser sempre uma coincidência. E que mesmo que seja o responsável pela comunicação da Metro não é por isso que não tem a mesma legitimidade que eu ou qualquer outro a emitir a sua opinião.

Agora, parece-me provinciano pretender-se que ninguém iria reparar em tamanha coincidência. E não declarar quem é, permitindo que se perceba quais são os interesses evidentes na opinião que emite.

Eu, como sempre, assino quem sou e quais são os meus interesses de forma aberta e transparente. Será ser provinciano ou será ser oportunista?

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: TAF - "Apontadores de S. João" 

- Arrendamento urbano aprovado
- Rendas sobem até 50 euros para a maioria das pessoas
- Atrasos na renda de três meses leva a despejos

- Coligação PSD/PP será mantida no Porto
- Ribeira continua caótica
- Fábrica do Cobre dá lugar a habitação - "O grupo Sonae assume a sua propriedade e garante que apresentou um projecto à Câmara do Porto. Facto que a autarquia afirma desconhecer."
- Inauguradas ruas recuperadas no centro da Afurada

- Câmara do Porto entregou plano de trabalho do túnel de Ceuta
- Decisão do tribunal não inviabiliza abertura até ao Carregal
- Câmara vendeu terreno à Adicais sabendo que não ficava vago tão cedo

2005/06/23

De: António Moreira - "Sr. Daniel Rodrigues" 

Ao contrário do que se refere a outro comentário ao meu comentário, nada tenho a obstar à sua discordância relativamente ao que aqui escrevi.
Limitamo-nos a não estar de acordo, o que é normal e, até, desejável por permitir a troca de opiniões e pontos de vista, de forma educada.
Para que não restem dúvidas, todavia, gostaria de afirmar que poderia subscrever (quase) na íntegra o que o Tiago escreveu sob o título "Eu".
Naturalmente o "quase" refere-se ao ponto 2 em que teria que acrescentar "em que votei" a seguir à palavra "eleições".
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Cumprimentos
António Moreira

De: F. Rocha Antunes - "Masterplan" 

Meus Caros,

Só agora acabei o meu trabalho de análise do Plano Estratégico para a Revitalização da Baixa Portuense.

Resumidamente, acho o seguinte:
  1. É bom que exista um plano estratégico com uma lógica sistémica que aborde simultaneamente as vertentes física, económica, social e ambiental.
  2. A estratégia em si parece-me correcta e adequada ao que considero ser o papel de uma SRU: facilitar, preserverar, sistematizar e integrar.
  3. Um plano de longo prazo não pode ser detalhado e este, na generalidade, não é. Contudo podia esclarecer melhor em certos casos que as sugestões que faz são só isso, sugestões ou exemplos.
  4. O quadro de análise parece-me correcto.
  5. A ênfase dada à iniciativa privada parece-me correcta, embora comporte naturalmente elementos de incerteza quanto à qualidade da resposta da iniciativa privada. Eu, um feroz defensor da iniciativa privada, não tenho uma opinião muito optimista neste ponto.
  6. Importa perceber que se tem de saber viajar para fora do contexto local, isto é, abrir a cidade a investimentos externos. Quer para se conseguir mobilizar os milhares de milhões de euros que vão ser precisos, quer para abrir definitivamente a economia da cidade e assumirmos de vez uma plena integração europeia também aqui.
  7. A componente imaterial é fundamental. Criar condições para que a informação qualificada apareça é uma delas. Não concordo com o Tiago quando acha que é a SRU quem deve prestar essa informação, quem o deve fazer são os agentes interessados em criarem o negócio, florescente noutros países, de informação sobre o mercado imobiliário.
  8. A criação de parcerias entre as diferentes entidades públicas parece-me o ponto crítico da revitalização da Baixa : esta coisa de cada entidade pública remar para o seu lado, desligada de qualquer actuação estratégica, tem de acabar. O cumprimento da parte que cabe a cada um dos parceiros públicos no cumprimento do Plano Estratégico é fundamental para o sucesso. O reaparecimento dos eléctricos, abandonados até agora, é um bom sinal.
  9. A figura do gestor de espaço urbano é muito importante. Sugiro que não se tenha medo de tentar arranjar os melhores, e já agora em processo aberto de selecção.
Se mais alguém estiver interessado em discutir isto, completarei. Até agora, e que me lembre, só David Afonso, Alexandre Burmester, o Tiago e mais outro que não recordo neste momento pronunciaram-se sobre isto. O que, sendo o plano estratégico para a Baixa é pouco, convenhamos.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
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Nota de TAF: Um esclarecimento - eu defendo que a SRU deve tentar garantir que é feito tudo o que é preciso fazer na Baixa, de preferência pelos privados. Como solução de recurso na ausência dos privados, deve a SRU actuar ela própria ou contratar quem o faça.
PS: Acrescentei os apontadores para os comentários que o Francisco referiu.


De: TAF - "Eu" 

A propósito de tendências partidárias, e apesar de não ser especialmente relevante para o blog, acho que em nome da absoluta transparência pode ser útil informar o seguinte.
  1. Não sou militante de nenhum partido e tenciono continuar totalmente independente.
  2. Aconteceu até agora que sempre votei PSD em todas as eleições, por razões diversas, umas vezes com convicção, outras porque achei que era apesar de tudo o mal menor.
  3. Talvez por deformação profissional, não consigo nunca "desligar o cérebro": tento ser racional e parece que estou condenado a considerar a honestidade intelectual como um dever...
  4. Os meus votos anteriores não limitam de maneira nenhuma o campo das escolhas que farei no futuro. Cada caso é um caso, cada tempo é um tempo.

De: Daniel Rodrigues - "Sondagens, política e afins" 

Caro Tiago, antes de mais, agradeço-lhe pela existência do seu blog. Embora tenha de considerar que apresenta uma tendência clara em termos partidários, confesso que fico muitas vezes surpreendido pela imparcialidade que imprime quer nos comentários quer nos isentos apontadores diários. Creio que a ausência de maior pluralidade se deve apenas ao facto de não receber comentários de uma outra faccão.

Tornei-me leitor habitual da Baixa do Porto, e embora por vezes tenha pretendido dar a minha opinião, deixei-me limitar pela inércia. Contudo, hoje, senti a necessidade de escrever, sobre o post "O Juiz, o Administrador, ..." de António Moreira.

Sou confesso admirador de Rui Rio, mesmo não tendo filiacão partidária, mesmo que não me enquadre em qualquer corrente política. Da mesma forma que admiro José Sócrates, ou Ilda Figueiredo, pelo trabalho no governo e em Gaia, respectivamente. Sendo admirador, há determinadas palavras de António Moreira que me parecem exageradas, e ditas num contexto dissociado da realidade.

As sondagens, segundo creio, são representativas da tal "sociedade civil". Ou será que a "sociedade civil" é apenas aquela que nós queremos que exista? Ou será que nos podemos arrogar a discutir quem é mais ou menos inteligente? Porque razão é António Moreira mais inteligente que 44% de uma amostra da populacão? Como é possível que se permita chamar "palhaco" a alguém que não se enquadra de modo algum no rol de pessoas que apresentou (Jardim, Valentins, etc.)? (por sinal, tendo o lapso de referir pessoas de outros quadrantes políticos).

Rui Rio pode ter uma postura demasiado excessiva. É um facto. Pode ser um político descontextualizado das necessidades de diálogo e compromisso que uma câmara exige. Mas de cada vez que vejo todas estas polémicas, apenas me dá gozo ver finalmente alguém enfrentar aquilo que no dia a dia considero absurdo. E que me dá, a mim, cidadão catalogado como desinformado ou sem a mínima inteligência para a analisar e interpretar, a seguranca de que existe um líder na câmara da minha cidade. Que me leva a pensar que o estado das coisas não é vergonhoso, e que 4 anos mais seriam possivelmente positivos.

Bem, e voltemos aos assuntos que interessam: A cidade, os planos, os desafios!

Boa continuação de postas certeiras, e cá estarei para tentar contrapôr aquelas com que não posso concordar.

Melhores cumprimentos,
Daniel Rodrigues
danielcr@ieee.org

De: Diogo Barbosa - "Fusão..." 

"... das cidades do Porto - Opiniões"

É bom saber que existem pessoas bairristas e com consciência global e actual. A célebre frase “Think Global, Act Local” aplica-se perfeitamente ao nosso caso. Li nos últimos dias excelentes posts neste Blog acerca do assunto da fusão, e é bom saber que existem pessoas a pensar assim. Desde exemplos de outras cidades que se fundiram (Budapeste resulta da união de 3 cidades -> Buda, Peste e Obuda – lembra-vos alguma coisa…?) até sistemas de gestão, passando até por uma sugestão, ao de leve, do local de administração da nossa região administrativa. Acharia muito interessante existir um movimento ou uma associação para este fim, de forma a sensibilizar as pessoas da importância deste assunto, e como a mudança poderia afectar as suas vidas positivamente. Este assunto peca por falta de informação das pessoas, temendo-se uma situação negativa, em vez do grande impulso que daqui resultaria. Quem sabe o TAF levar este assunto às reuniões do comercial? (Não sei a sua opinião sobre o assunto da fusão das cidades do Porto).
Numa altura em que a união e a organização são essenciais, os casos mais flagrantes não tem desculpa para não se resolver. Concordo perfeitamente com o que foi dito aqui acerca dos dirigentes das freguesias e dos concelhos mais pequenos, estes vão-se defender por tudo para manter os seus postos e os seus “tachos”. Só um governo com coragem politica, apoiado por cidadãos activos vai conseguir corrigir a situação.
Da minha parte terão de certeza todo o apoio possível. Pelo que vi, não serei o único.

Diogo Melo Barbosa
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Nota de TAF: A minha opinião está aqui nestes meus posts. :-)

De: Assunção Costa Lima - "Quadra de S. João" 

S. João chegou ao Porto
E na Baixa foi passear
Roídinho de desgosto
Foi p΄rá cascata a chorar.

Assunção Costa-Lima

De: F. Rocha Antunes - "Palhaçada" 

Meus Caros,

Volto mais uma vez a insistir na necessidade de não se utilizar este espaço para guerrilha partidária, e muito menos para utilizar linguagem que, não acrescentando nada de objectivo, afecta a forma com quem participa neste blogue é visto.

Há muito tempo que me convenci que a palhaçada exige que alguém ache normal tratar os outros por palhaços, imaginando que consegue escapar a ficar incluído na mesma. Uma palhaçada é um estilo de actuação em que todos os intervenientes são isso mesmo, palhaços. Uns a fazerem de sérios e outros a fazerem de parvos. Se este comentário não agradar, é porque atingiu os seus propósitos.

Os comportamentos ficam sempre com quem os pratica. E a demarcação de estilos serve para nos distinguirmos.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: F. Rocha Antunes - "Civismo..." 

Ontem à noite, em frente à Igreja do Carmo, a poucas dezenas de metros do quartel da GNR e em frente ao Piolho, houve um artista que resolveu estacionar o jipe desta maneira pouco exibicionista

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: António Moreira - "O Juiz, o Administrador, ..." 

"... o Presidente e as Sondagens"

Segundo os jornais de hoje "O Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto indeferiu a segunda providência cautelar interposta pela Câmara do Porto e que pedia a suspensão do embargo do prolongamento do Túnel de Ceuta até à rua de D. Manuel II".
Mais, "O acórdão clarifica que "os prejuízos inquestionavelmente de ordem pública que resultam da situação em que as obras se encontram e os transtornos daí decorrentes (...) apenas podem ser imputados ao requerente [a Câmara do Porto], o qual se propôs prosseguir com uma obra sem obter previamente os pareceres favoráveis à sua realização"."
O acórdão refere ainda que "a situação poderia, inclusivamente, configurar um caso de litigância de má-fé por banda do requerente (a Câmara), ao reiterar argumentos que já haviam sido apreciados em outro processo aos quais o tribunal não havia dado razão".

Ora, não fora o facto de estarmos cientes de que este acórdão apenas revela, da parte do Juiz (ou Juízes) que o redigiram, a mais cabal demonstração de falta de bom senso e respeito pela cidade a qual, claramente, obedece apenas a interesses partidários da parte destes Juízes, afinal meros burocratas de baixa qualidade, que não tem categoria para os altos cargos que ocupam, conforme, com certeza brevemente, iremos ler no site da CMP, poderíamos ser levados a pensar que afinal o Sr. Presidente da CMP, o Sr. Dr. Rui Rio é responsável e deveria ser responsabilizado pelos prejuízos de ordem pública (e privada) que a sua actuação neste caso acarretou.
Mais, a comprovar-se a "má-fé", apenas delicadamente referida no citado acórdão, seríamos levados a acreditar que a actuação do Sr. Presidente da CMP, o Sr. Dr. Rui Rio, foi, não apenas incompetente e irresponsável, mas também dolosa e, por isso, merecedora de castigo.

Pela minha parte, não tenho qualquer dúvida que se chegaria a conclusões semelhantes, caso situações como as da Avenida da Boavista, da Avenida dos Aliados ou, de certo, muitas outras, estivessem a ser analisadas nos tribunais, como deviam, em vez de serem apenas discutidas na praça pública.

Mas, para além disto, somos ainda confrontados com a notícia de que um administrador dos SMAS, teria apresentado uma queixa na Polícia Judiciária "denunciando "pressões" da empresa municipal de Gestão de Obras Públicas sobre os serviços, no caso da empreitada do túnel de Ceuta", sendo o vereador comunista, Rui Sá, directamente visado neste assunto.

E, no mesmo dia, assistimos ainda à notícia de que, o empreiteiro que está a fazer as obras da Av. da Boavista (e também do túnel de Ceuta, pelo menos), ciente do atraso e da urgência da finalização da obra da Av. da Boavista, para permitir a realização das corriditas do Dr. Rui Rio, terá dado um dia de "folga" aos operários, como forma de "acertar umas continhas" com a CMP, assunto que, prontamente terá ficado resolvido.
Não tenho dúvidas de que todos teremos, decerto, ficado a ganhar com este "acerto".

Face a este avolumar de situações, que vão sendo reveladas em crescendo, seria de concluir que, qualquer eleitor com um mínimo de acesso à informação, um mínimo da inteligência necessária à sua interpretação e um mínimo de seriedade, não estaria disposto a permitir que este vergonhoso estado de coisas se prolongasse por mais quatro anos, após as eleições de Outubro.

Ora, na passada semana, tivemos conhecimento de uma sondagem publicada no "Expresso", na qual a maioria dos eleitores da cidade do Porto (44%) revelava estar disposta a votar no actual presidente da CMP, o Sr. Dr. Rui Rio.

Isto só pode surpreender aqueles que, honestamente, continuam a insistir nas virtualidades de um sistema, a que chamem "democracia representativa", que garante a reeleição tranquila de um qualquer Jardim, Valentim, Ferreira Torres ou até Rui Rio.

Pela minha parte não tenho ilusões, ou a "sociedade civil" encontra os meios de recuperar o poder de que os partidos se apossaram ou, com estes ou outros "palhaços", o "circo" está para durar.

Mas, infelizmente, os únicos a rir são os "palhaços".

Cumprimentos
António Moreira
_______________________________

Já agora:
Não sendo, talvez, grande ideia essa de mudar o Governo Civil para o Palácio do Freixo, muito gostaria de lá (ou noutro sítio) ver instalada, brevemente, a sede do Governo da Nossa Região Administrativa.

De: TAF - "Apontadores de Quinta-feira" 

- Tribunal recusa providência cautelar e mantém embargo no Túnel de Ceuta
- Túnel de Ceuta: Tribunal recusa nova providência à CMP
- Providência cautelar contra embargo do túnel chumbada
- Dilúvio de processos nos SMAS
- Alvoroço na Direcção dos SMAS após queixa na PJ

- Ministro critica metro e construção junto ao Hospital S. João
- Ministro da Saúde quer auditoria para apurar quem permitiu cerco ao "S. João"
- CMIN ainda sem terreno
- Ministro da Saúde contesta 'cerco ferroviário' no S. João

- Chumbo à Pousada do Freixo surpreende Grupo Pestana
- Metro do Porto garante operação contínua esta noite
- Operários voltam à obra na Boavista

- O blog no Comércio: Pedro Baganha, Cristina Santos e Rui Moreira

- A resposta que obtive da SRU a uma das perguntas que tinha feito:
"Date: Jun 20, 2005 11:53 AM
Subject: Porto Vivo, SRU

Em resposta ao e-mail que nos remeteu em 14 de Junho, damos nota que a informação pretendida deverá ser obtida junto dos proprietários e de empresas do ramo imobiliário.

Com os melhores cumprimentos,
Gabinete de Comunicação da Porto Vivo, SRU"
Tratar-se-á de uma desistência das intenções anunciadas anteriormente, ou apenas de não perceber o que é necessário fazer? Explicar como se encontram os proprietários não seria uma das funções da SRU? Recolhendo os seus contactos, promovendo o encontro de interesses, etc., etc. Algo vai mal pela SRU... Se calhar demasiado tempo perdido a fazer balanços :-(

2005/06/22

De: Alexandre Burmester - "Porto / Gaia / ..." 

"... Matosinhos / Maia / Gondomar"

Uma maneira fácil de deixar todas as "tribos" e sensibilidades bairristas contentes, seria passar as competências das Juntas de Freguesia, mais algumas dos actuais poderes Camarários, para as Câmaras respectivas, e elegermos directamente uma entidade com Governo e Assembleia de Deputados, (por sistema uninominal) que se destinasse ao Planeamento e Estratégia, e à definição de políticas para a Grande cidade do PORTO.

A. Burmester

De: TAF - "Ao serviço" 

cá estou. :-)

De: Nuno Cruz - "Porto e Gaia" 

Quanto à fusão de Porto e Gaia:

Porque não dar o exemplo histórico de Budapeste, onde a fusão das duas cidades foi inevitável?

Para os meus amigos estrangeiros que visitam o Porto, faz muita confusão ver uma cidade de 300000 habitantes do outro lado do rio. É de tal forma óbvio que a fusão de Porto e Gaia vai trazer projecção internacional e uma reabilitação do Douro - para além de todas as vantagens do ponto de vista administrativo - que ainda não percebi os entraves e as desvantagens de tal mudança.

Nuno Cruz

De: Miguel Barbot - "Questões" 

Como está muito calor, aqui vão algumas perguntas para descontrair:
  1. O Metro vai passar na Rua da Vilarinha?
  2. O Metro vai passar na Circunvalação?
  3. O Metro vai passar na Av. do Parque da Cidade?
  4. É suposto a Metro pagar intervenções fora das zonas onde, de facto, vai haver o Metro?
  5. O asfalto da Pr. Cidade Salvador é para tirar depois das corridas, ou é para deixar estar?
  6. Onde começa e acaba o Viaduto projectado para o Metro no Parque da Cidade?
  7. Aquele monte de terra, dentro do parque da cidade e quase paralelo ao viaduto do ET vai ser um paddock?
  8. Quem vai, finalmente, pagar a factura Imoloc?

De: Miguel Barbot - "Governo Civil" 

Nota para este texto no Portuense

De: Cristina Santos - "Apontadores do dia" 

- Rui Rio anuncia abertura condicionada do Túnel de Ceuta
- Peões poderão regressar ao túnel de Ceuta

- Obras na Boavista param por falta de pagamento
- Metro quer voltar aos terrenos do Hospital S. João para "obras de segurança"
- Palácio do Freixo sem pousada espera por eleições autárquicas

- Assembleia protesta contra gestão de Direita na cidade

- Ribeira sem carros gera queixas de comerciantes
- Comerciantes da Ribeira desmentem o vereador

- Projectos imobiliários em discussão na Câmara
- PJ investiga queixa de tráfico de influências contra administradores dos SMAS e GOP

De: Pedro Baganha - "Acerca da fusão..." 

"... de autarquias e outras entidades administrativas"

Para quem lida regularmente com as administrações das referidas entidades é relativamente transparente que um dos maiores obstáculos que existirá num processo de reforma administrativa e territorial (que mais do que necessário considero urgente e inevitável) são os pequenos poderes instalados que guardarão acerrimamente os pequenos pedestais em que se instalaram: os presidentes de junta, os chefes de divisão, os vereadores, os presidentes de câmara. Esta legião de servidores do estado não se coibirá de utilizar argumentos tão ilógicos como os referidos em posts anteriores na defesa das suas posições/empregos, intoxicando as opiniões menos informadas, e representando mais uma parte do problema que uma parte da solução.

A mudança de paradigma vai ser uma luta dificil de travar.

Tomemos como exemplo o que se passa em Canas de Senhorim: numa altura em que a bem da racionalização dos parcos recursos nacionais e da eficiência da administração se deveria caminhar para a integração de concelhos menores em unidades maiores, um punhado de cidadãos peleja aguerridamente pela instalação de um concelho com pouco mais de 6.000 habitantes, tentando a independência do Concelho de Nelas. Não querendo ferir sentimentos bairristas (até porque eu me considero bastante bairrista), uma análise fria de situações deste género só as pode considerar anacrónicas. A identidade local não depende de divisões administrativas, como se verifica na cidade do Porto cheia de exemplos dessas identidades sem correspondência administrativa - Carvalhido, Viso, Miragaia, Antas, etc.

Abundam internacionalmente exemplos de cidades com vários municípios integrados. Em Portugal o tema é ainda maldito, mas terá obrigatoriamente de o deixar de ser se se quiser dotar o pais de politicas metropolitanas eficazes que minimizem o efeito 'Cova da Moura' e seus arrastões.

Pedro Baganha

De: Rui Moreira - "Oposição volta a chumbar..." 

O que me preocupa é que a oposição tenha sugerido que o palácio venha a alojar o Governo Civil do Porto. É um total disparate, já Manuel Moreira tinha essa vontade. O Governo Civil deve estar no centro, nunca na periferia. Não precisa de um palácio, que tem outras utilidades.

2005/06/21

De: Pedro Aroso - "Oposição volta a chumbar..." 

"... projecto do Palácio do Freixo"

Acabo de ler, no site da CMP, que os partidos da Oposição voltaram hoje a chumbar, em reunião do Executivo camarário, a proposta de reconversão do Palácio do Freixo em Pousada de Portugal.
Devo dizer que não foi uma surpresa para mim, porque o candidato Assis já tinha anunciado, publicamente, que ia dar instruções nesse sentido.
Ficámos todos a saber quem é que manda dentro do PS-Porto, mesmo que para isso tenha sido necessário sacrificar os interesses da cidade...

Pedro Aroso

De: F. Rocha Antunes - "Antas" 

Meus Caros,

Subscrevo inteiramente o que já por duas vezes foi sugerido por Diogo Melo Barbosa, a necessidade evidente de reorganizar de forma racional a divisão administrativa do território.

O completo desajustamento, a todos os níveis, da actual divisão do espaço em concelhos e freguesias resulta de uma visão limitada e paroquial do mesmo espaço. Com a tragédia de despertar os piores sentimentos bairristas travestidos em verdade absoluta dessa mistificação que se costuma designar por voz do povo, ou “o sentir autêntico e genuíno das populações”.

Eu nunca entrei por este tema não por achar que fosse irrelevante mas por nunca ter vislumbrado uma maneira de ultrapassar uma mentalidade predominante que é rural no seu pior sentido.

Uma das mistificações mais correntes é a chamada identidade histórica dos lugares, que serviria de justificação, vá-se lá saber porquê, para que limites administrativos não pudessem ser alterados. Normalmente essa identidade histórica é tão relevante como a “francesinha” para a história da gastronomia nortenha: é recente e errada.

Claro que as mensagens são sempre do género que aqui nos trouxe Emília Valente, em que a grandeza de um concelho é medida pela sua dimensão actual ou histórica, ou pela perigosa pretensão de que não se podem misturar com os vizinhos, gente que pelo simples facto de não pertencer ao nobre concelho de que se fala, seja ele qual for, já é por esse facto desqualificada.

Mas como em todos os argumentos não racionais, como por exemplo os que apelam para a relevância histórica ou moderna de qualquer lugar com base na sua delimitação administrativa, não sobrevivem a uma aproximação mais objectiva.

Alguém duvida da importância dessa zona do Porto que são as Antas? O lugar que têm no imaginário portuense? A projecção que alcançou por associação aos sucessos do FCP? Não, pois não?

Pois, mas não corresponde a nenhuma divisão administrativa. Nem a freguesia, nem a um concelho. Embora seja parte essencial da Nação, como bem sabemos.

Portanto, os defensores da intangibilidade das inconcebíveis actuais divisões administrativas em que, sem sair do Porto (mas que se pode demonstrar em qualquer outro concelho do País) coexistem freguesias como a de Miragaia, com 2.810 habitantes e Vitória, com 2.720 habitantes, com freguesias como Ramalde, com 37.647 habitantes e Paranhos, com 48.686 habitantes, deviam pensar melhor antes de virem com a ladainha da importância histórica desses espaços que desse ponto de vista têm a relevância, repito, da francesinha ou da televisão a cores: são apenas as que estão hoje, mais nada. E não servem, nem de exemplo.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Diogo Barbosa - "Fusão de Freguesias II..." 

"... - Uma resposta e uma opinião"

A pretensão de uma união de concelhos, não é a de que se perca identidade de nenhum, mas uma fusão de identidades que em nada desvaloriza a cidade de Gaia ou outra qualquer. Não são necessários insultos ou aspas a delinear palavras para expressar opiniões.

A Organização territorial bem definida, é vital para o desenvolvimento de uma região, daí a decisão da fusão de algumas freguesias. Com certeza que também elas tem a sua identidade, mas a realidade actual não lhes permite, nem lhes convêm, uma administração autónoma.

Realmente, haveria uma diminuição de serviços, ou melhor, da sua redundância. Tal como acontece realmente nas fusões de empresas. Podemos encarar isto como uma nova oportunidade de expressão, em vez de uma forma negativa. Oportunidades de atracção de novas empresas e novos negócios

Relembro que o Porto e Gaia já foram uma só cidade. Não se pretende que o nome de Gaia seja alterado, mas que a administração seja a mesma, tal como em Matosinhos. Não há sentido existir presidentes de câmara em todos os concelhos, correndo-se o risco de situações como a da praça cidade de salvador, em que apenas um quarto da rotunda está alcatroada (a parte da cidade do porto). As margens do Douro não devem combater, mas trabalhar juntas, o que não acontece especialmente com presidentes de câmara de cores diferentes. Deverão os Táxis trocar a tarifa apenas porque atravessam uma rua? Ou devem as pessoas deslocar-se 12 km para o seu hospital, quando poderiam deslocar-se apenas 1 km? Tudo isto são consequências de uma delimitação de Concelhos que não está correcta. Está desactualizada.

Não se trata de cair em exageros líricos de união de regiões de países, mas sim de algo prático, útil e que realmente poderia trazer uma melhor organização e consequente desenvolvimento a uma região. Lembro os termos europeus de Euro-região, existentes pelas características particulares de uma área territorial, independentemente do estado. Acho realmente que uma fusão administrativa de alguns concelhos da área metropolitana do Porto daria um grande impulso à região. Certamente haverá pessoas mais experientes que eu nesta matéria que me poderão contrariar.

Não se pretende ofender ninguém com estes posts, mas apenas expressar uma opinião, dai a razão destes Blogues.

Diogo Melo Barbosa

De: Cristina Santos - "A importância do S. João" 

A Festa de São João, uma festa tradicionalmente tripeira, foi indicada no Masterplan e em iniciativas da C.M. Porto, como um evento a ser promovido internacionalmente, um acontecimento anual capaz de mobilizar turistas de todo o Mundo.

Porém, este ano, ainda, não foram tomadas medidas para que tal pudesse acontecer.

Os parques de diversões continuam a estar instalados em locais precários sem a mínima preparação, continuam a autorizar-se equipamentos obsoletos, a festa está cada vez mais dispersa, não existem pontos de união entre a Ribeira e a parte Sul da Cidade, a romaria perde-se a cada ano que passa.

É urgente repensar os locais e condições de acondicionamento dos parques de diversão, é necessário criar parques temáticos espalhados pela Cidade e recriar as romarias com pólos de interesse dispersos.

Ano após ano perdemos interesse, diversão e tradicionalismos, corremos o risco de ver mais promovido «o senhor de Matosinhos» que o São João que até há uns anos era uma festa nacional.
O nosso maior evento popular tem sido «assassinado» ora por obras, ora por mudanças, ora por mau investimento.
Não é admissível que se especule sobre o Património Histórico, o carisma do Porto e depois se promovam as festas tradicionais, como se de bairrismos se tratassem.

Este ano já não vamos a tempo, será mais um ano em que perdemos visitantes, inclusive os que ganhamos no Euro.

Mas, espera-se, que num futuro próximo estas comemorações sejam realizadas em condições dignificantes e proveitosas para a nossa Cidade… afinal o São João é um evento mais profícuo que as corridas de formula 1, ou será que não?

Cristina Santos

2005/06/20

De: TAF - "AVISOS" 

Entre hoje (segunda-feira, dia 20) e quarta-feira (dia 22) vou estar em Lisboa, pouco tempo online. Não irei por isso publicar os comentários com a rapidez do costume, mas conto fazê-lo pelo menos duas vezes por dia.

Por coincidência também hoje irá ser feita uma actualização ao servidor, pelo que poderá haver alguns minutos de indisponibilidade d'A Baixa do Porto provavelmente ao fim do dia.

2005/06/19

De: F. Rocha Antunes - "Entretanto..." 

Entretanto, há coisas magníficas que acontecem no Porto e que ninguém vai.

Sábado à tarde, na concha acústica da alameda das tílias do jardim do palácio de cristal, houve um concerto invulgar de 9 tubas, por gente da ESMAE, que foi delicioso.

Estar a ouvir música boa, de graça, à sombra, um sábado à tarde foi muito bom. São os Concertos da Primavera.

Acho que ainda há mais.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Pedro Aroso - "Pobreza Franciscana" 

O arquitecto Fernando Távora costumava dizer que "em Arquitectura, é tão importante aquilo que se faz, como aquilo que não se faz…", ou seja, fazer demais, ou mal, pode ser contraproducente. Vem isto a propósito do debate subordinado ao tema "Urbanismo no Porto", promovido pela Comissão de Candidatura do Dr. Francisco Assis à Presidência da Câmara Municipal do Porto e do Movimento Novas Fronteiras:

1. O candidato Francisco Assis chegou com quase uma hora de atraso e visivelmente cansado.
2. Alguns oradores conseguiram chegar depois dele e um (Arq. Manuel Fernandes de Sá) nem sequer apareceu, nem foi dada qualquer explicação para a sua ausência.
3. O Arq. Manuel Correia Fernandes julgava que tinha sido convidado para moderar a mesa, por isso não tinha preparado nenhuma intervenção.
4. A Arqta. Manuela Juncal enunciou uma série de princípios que se aplicam a qualquer PDM mas, sobre o do Porto, disse NADA!
5. O Xano Burmester fez um conjunto de afirmações sem qualquer fundamento.
6. Last but not least, o Eng. Paulo Pinho (?) "debitou" vários lugares comuns e Verdades de Messieur de la Palisse, com o ar de quem estava a dar uma grande lição de Urbanismo aos presentes
7. O candidato Assis assistiu a tudo isto com o mesmo interesse com que eu sigo um debate sobre Direito Constitucional ou Macro Economia e, no final, disse exactamente aquilo que eu estava à espera, isto é, que ia dar voz ao Povo para intervir nas grandes opções urbanísticas da cidade do Porto.
8. Sobre a participação do público, nem vale a pena falar. Foi mau demais. Salvou-se a intervenção do Arq. José Gomes Fernandes, um homem que eu admiro profundamente, mas que o Partido Socialista se deu ao luxo de votar ao ostracismo.

Como diria a minha mãe se ainda fosse viva, este debate revelou uma "pobreza franciscana".

Pedro Aroso

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