2005/06/18

De: TAF - "Apontadores diferentes do costume" 


- In pictures: RIBA Awards
- architecture.com
- Ikea plans small high street shop - "The proposed site in Hillingdon, north-west London, will contain an Ikea store and 240 one and two-bed flats. It will also include a public square with facilities for other shops."
- Old news and a new contender - a vida online; a Internet pensada a sério.
- The worldwide rise in house prices is the biggest bubble in history
- House prices: After the fall
- The future of fast fashion - "At Inditex's heart is a vertical integration of design, just-in-time production, delivery and sales. Some 300 designers work at the firm's head office in La Coruña in Galicia, a poor region in northern Spain. (...) Zara does not employ star designers but often unknowns, many of whom are recruited directly from top design schools. (...) The company keeps its technology simple—even a little old-fashioned—but as a result spends five to ten times less on information technology than its rivals."
- Un piéton à New York
- Tokyo: Colour of the City
- Land and Identity
- 42 Seconds on 42 Street - a tecnologia bem aplicada na cidade.

PS: The New Brooklyns - Portrait of a changing borough

De: Emília Valente - "Sobre a fusão de freguesias" 

Boa noite

O meu nome é Emília Reis e venho por este meio expressar a minha opinião sobre um post do Sr. Diogo Melo Barbosa que li publicado no O Comércio do Porto na secção Blogosfera no dia 11 de Junho de 2005 com o título: “FUSÃO DE FREGUESIAS”. Assumindo que o assunto me diz respeito, porque sou uma cidadã de V. N. Gaia, não posso deixar de me indignar perante o assunto que consta nesse mesmo artigo.

Devo dizer que discordo total e veementemente com tal ideia. Do meu ponto de vista, seria um desastre político, porque Gaia é o 3º maior município do país e tem sempre um grande peso em eleições, haveria também uma maior área geográfica a ter em conta se juntássemos Gaia com Porto, o que leva a maior dispersão em relação aos problemas das pessoas; socialmente passaria a haver maiores injustiças, mais obras para fazer, maior centralização de serviços, que, com toda a certeza, se localizariam no Porto. Quer se queira quer não, a possível fusão espelharia o que se passa por exemplo numa empresa que absorve outra, há sempre uma diminuição do número de serviços para uma área geográfica maior assim como maior nº de cidadãos para atender. Culturalmente, a história de Gaia, apesar de em parte estar ligada ao Porto, tem a sua própria história que fala por si, com relevo bastante nas grandes batalhas e nos grandes acontecimentos da História de Portugal. Comparando com a seguinte situação, por que não permitir a anexação da região do Minho pela Galiza e formar uma mega-região quem sabe independente de Portugal e Espanha??

A acontecer esta megapolis, Gaia perderia a sua identidade, o seu poder, e eu penso que é por isto que muitos aceitam esta ideia sem sentido.

Não posso aceitar que Gaia deixe de existir, simplesmente para engrandecer outros municípios. Porque não a coexistência e uma correlação mais estreita entre Porto e Gaia? Se é por causa do estrangulamento físico a que o Porto está sujeito que o município não evolui, porque não absorver somente Matosinhos que tem menos expressão que Gaia em todos os aspectos? Eles que se defendam. É por causa do rio?
Iremos ter mesmo menos burocracias?? Não posso aceitar uma ideia tão desvirtuada e redutora para o concelho de Gaia, que nem sequer é vanguardista e muito menos visionária. Gaia é independente do Porto em praticamente todos os parâmetros, em termos de emprego, hotelaria, infraestruturas, turismo, conseguindo ser quase autosuficiente, o que já não se pode dizer do Porto. Por que não há-de Gaia manter-se como um concelho tão diversificado? Não é o nosso país ele próprio com as suas regiões tão diferentes como o Algarve ou as Beiras, um país coeso igualmente diversificado?

Desconheço o concelho a que “vossa excelência” pertence, mas certamente que se for de Gaia, então este concelho não merece albergar um cidadão com tais ideias.

Compreendo que algumas pessoas queiram ver zonas e regiões apenas como meras áreas urbanas de onde se pode fazer um puzzle. Mas estamos a falar de concelhos e acima de tudo de pessoas a quem querem desprovir de identidade em todos os aspectos.

Com meus cumprimentos
Maria Emília Valente dos Reis
emiliavalente@yahoo.com
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Nota de TAF: Já agora, sugiro a leitura destes meus posts, também.

2005/06/17

De: TAF - "Outras prioridades?" 

Li no site da SRU: Após 6 meses do arranque, Porto Vivo, SRU faz balanço de actividade


Já agora, podiam partilhar connosco pelo menos as conclusões desse duro dia de trabalho... ;-)

Perguntas à SRU ainda sem resposta:

----- Original Message -----
From: Tiago Azevedo Fernandes
Sent: Friday, April 22, 2005 12:10 PM
Subject: Gestores de Área Urbana

Como e quando será feita a escolha dos “Gestores de Área Urbana”?
Poderão eventualmente ser propostos por proprietários/habitantes da área que é suposto gerirem?
Serão escolhidos directamente pela SRU?
Haverá concurso? Quanto tempo demorará?
São pessoas singulares ou colectivas (ou ambas)?
Como irão ser remunerados nesta fase inicial, que tipo de contratos será utilizado, qual a sua relação com a SRU?

----- Original Message -----
From: Tiago Azevedo Fernandes
Sent: Tuesday, June 14, 2005 2:13 AM
Subject: Promoção imobiliária na Baixa do Porto

Exmos. Senhores

Procuro neste momento imóveis na Baixa do Porto com vista ao lançamento de um projecto imobiliário compatível com o processo de reabilitação da Baixa do Porto conduzido pela Porto Vivo, SRU.

Conhecendo os planos da Sociedade de Reabilitação Urbana e as suas áreas de intervenção prioritária, gostaria de ter informação sobre imóveis (edifícios inteiros contíguos e/ou terrenos com alguma dimensão), devolutos na totalidade ou em parte, que estejam eventualmente disponíveis para aquisição na Baixa do Porto e que sejam do conhecimento da Porto Vivo.

Os meus cumprimentos e agradecimentos antecipados.
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Convém lembrar à Porto Vivo SRU que é preciso responder a quem se mostra interessado, caso contrário não há tentativa de revitalização da Baixa que aguente...
Agora que pelos vistos o Conselho Consultivo encerrou o ciclo de reuniões sobre Masterplan, valia a pena tratar destas "pequenas coisas". ;-)

De: Cristina Santos - "Ambiente e serviços urbanos" 

A Câmara Municipal do Porto, em resposta a esta sugestão feita em Maio:

«....
Agradecemos desde já as palavras elogiosas que, gentilmente, dirigiu ao nosso serviço, assim como a sugestão prestada.

Os serviços de limpeza consideram a sua proposta como muito válida e pertinente, no entanto, o histórico referente ao vandalismo dos equipamentos destinados à deposição de resíduos sólidos urbanos, diz-nos que, actualmente, é prematuro implementar uma estrutura protectora deste tipo.

Podemos referir que, mesmo, a presente estrutura fixadora, em aço inox, que envolve os contentores é frequentemente alvo de vandalismo provocando o seu desaparecendo, o que acarreta elevados custos para o Município.

A fiscalização dos serviços de limpeza sempre que se depara com a ocorrência de uma situação de má utilização dos contentores, tem o cuidado de sensibilizar o prevaricador para as boas praticas de cidadania.

Contudo, é justo realçar que uma grande parte dos munícipes do Porto tem demonstrado maior preocupação em utilizar correctamente os equipamentos de deposição.

Com os melhores cumprimentos»

Em primeiro lugar cumpre realçar a atenção que o Departamento do ambiente, na pessoa de Hélder Claro, tem dedicado aos munícipes, que participam com sugestões ou reclamações no Fórum Bom Porto. Graças a este meio de comunicação têm sido resolvidos problemas pontuais de gestão do ambiente e dos serviços urbanos.

Em segundo lugar, admitindo que a sugestão que fiz era de importância superficial, cumpre usar este espaço on-line, provavelmente com mais audiências que o próprio fórum da Autarquia, para chamar a atenção de todos os munícipes para a importância de manter a Cidade limpa e organizada.
Infelizmente a nossa Cidade é muitas vezes conotada com a falta de asseio e maus cheiros, é obrigação de todos nos zelarmos pelo bom uso e conservação dos mobiliários urbano, mesmo que se trate de contentores.

Por isso e sempre que assistirem a vandalismos, colocação de lixos nas ruas fora de horários ou em locais proibidos, não hesitem contactem os serviços do ambiente da C.M. Porto, estes agem de forma quase imediata e resolutiva, em certas circunstancias os prevaricadores são mesmo penalizados com coimas.

Colabore com os serviços municipais...
Para um Porto mais limpo e acolhedor.
Linha informativa – 800 205 744


Cristina Santos

De: Cristina Santos - "Os apontadores se der jeito" 

- Comissão pede à Câmara para cobrir buraco do túnel
- Câmara do Porto tem um mês para corrigir anomalias do túnel de Ceuta
- Autarquia acusa “Comissão Técnica Unilateral” de arrogância

- Faculdade desiludida com o despacho relativo ao "S. João"
- Francisco Assis acusa Rui Rio de falta de transparência
- Assis desafia Rio a explicar obras na Boavista
- Pousada no Freixo volta terça-feira ao Executivo

- Carta da Câmara do Porto com pré-aviso de greve foi "um lapso dos serviços"
- Fogo pela última vez na ponte
- Fogo-de-artifício das festas de S. João será lançado pelo último ano da ponte D. Luiz I
--
Nota de TAF: Obrigado! :-)

2005/06/16

De: TAF - "A realidade virtual" 

Avelino Oliveira no SEDE faz referência às ideias que tenho vindo a defender, e em particular à prioridade que a autarquia (segundo eu) deve dar às “pequenas coisas”. Gostava de esclarecer melhor este ponto.

Não tenho nada contra pensar alto, estabelecer metas ambiciosas, elaborar grandes projectos, puxar pela cidade. O que tenho vindo a afirmar é que:
  1. só tem capacidade para fazer isso quem também sabe resolver os “pequenos problemas” – senão os “grandes planos” são incompetentes e balofos;
  2. só deve fazer isso quem tiver ferramentas que permitam orientar, apoiar ou complementar o desenvolvimento da cidade – senão os “grandes planos” são inúteis.
No Porto, desde há larguíssimos anos, a gestão autárquica tem sido: - Que adianta o Porto tentar projectar-se como importante centro do Noroeste Peninsular se a câmara não consegue aprovar um simples projecto imobiliário num prazo minimamente decente?

- Que adianta o Porto promover o interesse turístico do seu património histórico se não consegue obter uma mobilidade pelo menos razoável dentro da cidade?

- Que adianta o Porto elogiar a excelência das suas instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação se não consegue oferecer condições para que elas atraiam investigadores e indústria?

- Que adianta o Porto querer ter peso nacional e internacional se não consegue sequer compatibilizar políticas de desenvolvimento com municípios vizinhos como Gaia?

Assim soa tudo a falso, andamos a iludir-nos uns aos outros. Comecemos pelo princípio, passo a passo, com honestidade e rigor. “Devagar, que tenho pressa”.

PS: A resposta do Avelino Oliveira no SEDE

De: Cristina Santos - "Delimitações" 

Se falamos de centro do Porto e nos referimos ao centro histórico protegido, temos que admitir que não é uma zona atractiva para sedentarização de pessoas.
A sua preservação implica uma factura pesada para o Município, na medida em que não existe retorno de investimento.
Mas será que os Museus, os Castelos e outros bens patrimoniais de interesse histórico trazem retornos financeiros ao País e aos municípios?
A preservação deste património terá que ser assegurada pelos meios públicos, investir no património é uma obrigação estatal e não privada, até porque não é rentável.

Agora e se falamos de centro do Porto, alargando os seus limites (desde os Aliados até Costa Cabral e Júlio Dinis), não existem bases, que não seja a má gestão pública e a burocracia, para afirmar que não é recuperável ou reabitável.
Nós temos capacidade e estrutura para fazer do Porto o novo Milão, o que se passa é que faltam infra-estruturas, organização funcional.

Se os Autarcas optassem por garantir a mobilidade pública e particular, por manter passeios e vias em bom estado, por iluminar a cidade de forma coerente e abrangente, por fiscalizar, por licenciar em tempo útil, etc... seria o necessário para garantir o interesse dos investidores.

As periferias tem novos acessos, urbanismo recente, passeios, estradas, espaços verdes, são mais atractivas e, nesta fase inicial, mais económicas para o cidadão comum.

Mas o Porto será sempre o centro das periferias, assim ofereça serviços de qualidade, emprego e serviços públicos eficazes.
O Porto tem até hipóteses de se tornar o nicho da qualidade portuguesa.

O Porto tem sido vítima de gestão danosa, de investimentos infundados e desnecessários. Gastam-se as poucas receitas em espectáculos e obras de vulto e os serviços mínimos não são assegurados, serviços tão básicos como a mobilidade, as vias, o funcionamento da Câmara.

Que importância têm os espectáculos, as corridas, os prémios do FCP, numa cidade onde as necessidades básicas não tem provimento, como se sedentarizam pessoas numa cidade central, onde as vias de Costa Cabral fazem lembrar as carrilheiras do Gerês?
Creio que os portuenses estão cansados desta maratona, deste repúdio autárquico.

Limitem-se os Autarcas a gerir as competências públicas, a proporcionar qualidade que atraia o investimento, a serem competentes na prestação de serviços, a aproveitarem toda a experiência portuense.
As demolições e os projectos públicos com nomes decorativos já foram mais que suficientes, já originaram a degradação profunda daquilo que levamos anos a construir, se for preciso ampliar, pois, autorizem-se os privados a fazê-lo, os públicos que se mantenham concentrados no básico.

A Cidade tem vida, tem capacidade, só não tem o respeito de quem a Governa; enquanto a Cidade for a bola que vai da esquerda para direita, a bola que só serve para ganhar campeonatos, não há esperança para a sedentarização e para o desenvolvimento.

A esquerda, a direita e os desposicionados, devem unir-se nas boas propostas e nos bons procedimentos, a Cidade não aguenta mais 4 anos de divisão, a Cidade é um todo, nem é da direita nem é da esquerda, é dos portuenses que se dignificam pelo bom senso.
Os de esquerda e os de direita só existem com um propósito, gerir e contribuir para a gestão da cidade, primeiro a Cidade depois a posição partidária.

De: F. Rocha Antunes - "Direita? Esquerda? Cidade" 

Meus Caros,

Assumindo a participação de D. Fortuna do Couto como de alguém que está ligado à candidatura de Francisco Assis, vou atrever-me a comentar.

A classificação que propõe para distinguir dois possíveis projectos de cidade, um de direita e outro de esquerda não podia ser mais anacrónica. Exemplo claro de como com ideologias destas não se vai a lado nenhum.

A grande discussão hoje não é se as políticas de cidade são de esquerda ou de direita. Admitindo sequer que a classificação que propõe é correcta, que não me parece ser o caso, porque há pelo menos mais duas correntes, de direita e de esquerda, que não encaixam nessa classificação: a da direita que acha que o mercado deve funcionar, oposta a uma ideia conservadora de cidade, e a da esquerda que tudo quer proteger e que repudia a iniciativa privada, por exemplo.

O que importa mesmo é a divisão entre os que acham que a cidade deve ser gerida de forma aberta, em que todos, sejam amarelos ou azuis, de esquerda ou de direita, pró conservação ou pró inovação, promotores imobiliários, comerciantes, ecologistas, arquitectos, utilizadores de espaços públicos e todas as outras categorias de interesses legítimos possam participar na definição da política e os que acham que ainda são os iluminados que sabem o que é bom para os outros e não aceitam que essa mania de discutir abertamente tudo o que é relevante possa atrapalhar as suas decisões.

As regras de abertura e participação, a forma como os processos de decisão ocorrem e o respeito pelas opiniões de todos os donos da cidades, sem excepções. São a grande novidade nas políticas de cidade. As únicas que protegem todos das ideias que alguns insistem que são boas para todos mas não aceitam perguntar a ninguém se concorda com elas.

A escolha é a entre a de uma cidade aberta e uma cidade tutelada. Entre o jogo aberto dos interesses diversos defina o equilíbrio dinâmico e entre o imobilismo que protege normalmente os medíocres e que usa os desprotegidos como capa para políticas inconsequentes, que nem aos desprotegidos protege.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
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Nota de TAF: Ora nem mais! Já agora, outra visão divergente da de DFC também no SEDE. Um pouco "offtopic", faz falta um espaço equivalente ao SEDE na área do PSD...

De: D. Fortuna do Couto - "Direito de Resposta" 

Ainda a propósito do debate/conversa entre a blogosfera e Francisco Assis, promovido pel’ A Baixa do Porto com a ajuda do SEDE, fui citado pelo Paulo Vaz do Nortugal relativamente às questões da viabilidade/vitalidade do centro vs periferia das cidades contemporâneas.

Permito-me este direito de resposta, não por ver de alguma forma as minhas palavras deturpadas, mas simplesmente porque senti que não foram devidamente contextualizadas.

De facto, nunca referi que o centro (baixa) do Porto não era viável, questionei foi que tipo de viabilização. E exemplifiquei com outras “baixas” de outras cidades, essas sim inviáveis. Assim, referi algumas concepções de cidade que não atribuem viabilidade aos centros, com o intuito de ilustrar duas formas distintas de entender os caminhos possíveis para um “projecto” urbanístico no Porto, uma que podemos considerar mais conservadora e mais próxima do que poderá ser um entendimento “de direita”, e uma outra, mais progressista, e mais próxima do que devia ser assumido pela “esquerda”.

Ambas são opções para o futuro Presidente da Câmara do Porto, mas opções muito distintas.

Pela minha parte entendo, e há muito que defendo (o que muitos outros também entendem e defendem muito antes de mim) que numa cidade como o Porto, dificilmente o centro (leia-se a cidade oitocentista mais uma boa parte dos bairros) poderá ser tão apelativo como as periferias, à semelhança do que acontece na maior parte das cidades ocidentais. Esta realidade é de fácil constatação, na medida em que genericamente o mundo urbano continua a desenvolver-se e a aumentar em relação ao mundo rural, mas nesse mundo urbano, o que efectivamente tem vindo a aumentar são as periferias. As razões são várias, umas mais genéricas, outras mais específicas da cidade do Porto.

Desde logo o custo do espaço, sempre mais inflacionado nos centros urbanos, mas também as características físicas das estruturas urbanas, correspondentes à própria evolução da cidade no curso da história e vulgarmente desadequadas à sociedade contemporânea, cujos modos de vida mudaram como nunca no ultimo século.

No caso do Porto, estas razões relacionadas com a estrutura urbana são ainda mais evidentes do que noutras cidades de génese mais recente, ou de outras cidades europeias, muitas delas fustigadas e parcialmente destruídas pelas sucessivas guerras do século XX. Mas muitas outras razões poderão ser enunciadas para justificar o menor apelo que o centro da cidade exerce para a fixação de largas camadas da sociedade, como o relevo do território, em partes relativamente acentuado, como o emparcelamento do mesmo, característico e arquitectonicamente interessante, mas de alguma forma limitativo, como o dimensionamento de vias, etc.

Nesse sentido, o caminho que tem vindo a ser percorrido e tem sido pretendido, o da reabilitação da cidade tradicional voltada para o retorno e fixação das pessoas (leia-se as que constituem a matriz social e não determinados grupos sociais especificos) e voltado predominantemente para a função habitar afigura-se como muito difícil e provavelmente condenado ao fracasso.

Esta função da vida humana adquiriu, por via da evolução social, das novas tecnologias, do desenvolvimento das tradicionais, pela oferta de bens e serviços, e principalmente pela via do conhecimento, níveis de complexidade e exigência pouco compatíveis com as estruturas físicas rígidas que herdamos das gerações antecedentes. Habitar, no inicio do século XXI, ou a sua representação no imaginário de uma imensa classe média, significa a dotação do espaço físico da casa de uma série de valências até aqui pouco consideradas.

Como será possível garantir protecção contra o ruído, ou contra a poluição, em vias traçadas antes da existência do automóvel e do autocarro e entretanto permanentemente atulhadas destes meios de transporte? Como será possível reabilitar para habitação os edifícios que delimitam tais vias e garantir a sua integridade arquitectónica em simultaneidade com todas as valências esperadas? E a que custo?

Garantir a integridade arquitectónica não significará abdicar dessas valências e portanto limitar a oferta, e implicitamente estar a promover reabilitação apenas para classes sociais que não se podem dar ao luxo de esperar melhor? Garantir a integridade arquitectónica, suportando o elevado custo que significa dota-la das valências esperadas não significa elevar de tal forma o custo, que implicitamente se está a promover reabilitação apenas para classes privilegiadas?

Por outro lado, abdicar da integridade arquitectónica não significa estar a recuperar coisa nenhuma e a promover apenas um pastiche duvidoso?

E relativamente à segurança, das crianças, por exemplo. Que níveis de segurança são possíveis de garantir num espaço público que foi absolutamente invadido pelos meios de transporte? Será de estranhar a procura de melhores condições nos bairros da periferia?

No entanto, embora a sociedade contemporânea tenha encontrado o palco para o seu modo de vida, para o seu mundo real, nas periferias das cidades, sabemos serem os centros indispensáveis, principalmente numa cidade como o Porto. Apesar da diminuição insistente da sua população residente e apesar do elevado numero de casas e edifícios devolutos.

Um programa urbanístico “de esquerda”, num certo sentido progressista, deverá ser capaz de interpretar todo um leque de preferências da sociedade contemporânea e fazer a sua síntese através da reinvenção de uma boa parte da cidade tradicional. Deverá ser capaz de encontrar novos usos e novas formas para espaços que nos habituamos a “não viver”. Deverá ser capaz de materializar ambições e vontades, sem ignorar os valores de uma cidade que é em parte património da humanidade, mas demonstrando que a contemporaneidade não é estática e que uma das virtudes da urbanidade é a sua capacidade de transformação.

O que aliás, episodicamente, sempre vai acontecendo. Koolhass ofereceu-nos uma outra forma de olhar a cidade, quando projectou a Casa da Música. O Metro do Porto também, ao percorrer caminhos habitualmente ocultos pelas frentes urbanas. Por vezes até uma demolição ou um novo jardim nos permite descobrir um conjunto de fachadas quase imperceptíveis pela estreiteza da rua.

O Porto precisa de se libertar dos constrangimentos impostos por uma divisão administrativa limitadora e por sucessão de mentalidades redutoras, e assumir o seu papel de centro viável de todo uma grande massa populacional e territorial, sem a preocupação de rivalizar com cada uma das múltiplas partes.

O Porto precisa de ver, sem receios, pontualmente alterada a sua estrutura urbana.

A alternativa é a concepção conservadora da cidade, que a entende como palco de um modelo de vida que já não é real. Nem sequer é um ideal. E para ai procura atrair as pessoas, através de mais, sempre mais, programas de recuperação, revitalização e reabilitação, financiados e co-financiados, cuja relação custo/beneficio nunca é, nem poderia ser, devidamente divulgada. Esquecendo-se porém que a cidade é o palco da vida, e onde não há vida de nada serve o palco.
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Nota de TAF: A classificação de "esquerda" ou "direita" será certamente polémica. O facto de este texto defender uma perspectiva algo "liberal" também poderia ser justificado como proveniente de uma inspiração "de direita". ;-)  Os nossos amigos do Blasfémias hão-de certamente ter uma opinião sobre isto...
PS: DFC respondeu-me no SEDE


De: TAF - "Quem paga estes avanços e recuos?" 

"... Pergunta tola como título, claro"

- Metro já não vai passar em frente ao S. João
- Providência cautelar da FMUP foi anulada em troca da paragem das obras do metro
- Governo recomenda novo local para estação de metro do Hospital S. João
- Linha do metro terminará antes da entrada da Urgência do "S. João"
- Prolongamento até à Maia deverá reacender polémica

- Boavista: Metro “ainda não pagou um euro” - "porque o empreiteiro responsável pela obra não começou a facturar."...
- "Metro ainda não pagou um euro das obras na Boavista" - "Rui Rio e Narciso calados - Rui Rio é presidente da Câmara do Porto e administrador da Empresa do Metro. Narciso Miranda é presidente da Câmara de Matosinhos e administrador da Empresa do Metro."
- Empresa do Metro está sob pressão
- Valentim confirma adiantamento de verbas para obras na Boavista - "Mas que é que tu queres, tu és do COMÉRCIO. Ninguém lê isso."

- Rui Rio estará dia 28 no Parlamento a responder pela obra do túnel de Ceuta
- Obras de construção dos molhes: Acesso à barra do Douro condicionado
- Ambiente metropolitano à lupa
- Plano estratégico ambiental para a metrópole em debate na Maia

- Alexandre Burmester e Pulido Valente no Comércio

2005/06/15

De: Pedro Aroso - "Metro esclarece" 

Fico com a impressão que os deputados da oposição da Assembleia Municipal do Porto têm a memória muito curta...
Leiam este comunicado da Metro do Porto e tirem as vossas conclusões.

1. O Conselho de Ministros, na sua reunião extraordinária realizada a 31 de Julho de 2003, no Palácio do Freixo da Cidade do Porto, decidiu considerar obra de interesse nacional, e particularmente da Área Metropolitana do Porto, a Linha Matosinhos - Boavista, para além da Linha de Gondomar e da Linha do Aeroporto.

Daí resultou a Resolução do Conselho de Ministros n.º 129 / 2003, de 31 de Julho, que estabeleceu que fossem preparados «os instrumentos adequados - com a respectiva fundamentação técnica, económico - financeira e jurídica - com vista à preparação de alteração da concessão da tracção eléctrica da linha da Boavista».

2. As primeiras obras da linha Matosinhos - Boavista, foram levadas a efeito na Rotunda da Boavista e no extremo nascente da Avenida da Boavista, devidamente homologadas pelo Governo.

3. As Câmaras de Matosinhos e do Porto deram, entretanto, a conhecer à Metro do Porto que iriam realizar obras em áreas de implantação ou envolventes do traçado em projecto da Linha Matosinhos - Boavista, nomeadamente em Matosinhos Sul e no extremo poente da Avenida da Boavista.

4. O Conselho de Administração, para evitar o desperdício de dinheiros públicos e os incómodos resultantes de obras em duplicado, alertou as referidas Autarquias para a conveniência de as referidas obras serem concebidas e implementadas por forma a respeitarem os requisitos técnicos necessários à implantação da Linha Matosinhos - Boavista.

5. Para tal, as Autarquias de Matosinhos e do Porto, solicitaram à Metro do Porto:

a) Os projectos de execução da obra, já concluídos no âmbito da preparação da proposta de execução da Linha Matosinhos - Boavista.

b) Assistência financeira à execução das obras, na parte que diga respeito aos requisitos e exigências da Metro do Porto.

6. Este processo foi, nos precisos termos expostos, explicado pelo Presidente da Comissão Executiva da Empresa, no decorrer da sessão extraordinária da Assembleia Municipal, em resposta a perguntas colocadas pelos Senhores Deputados Municipais, não podendo o mesmo ser responsabilizado pela visão deturpada dada a público das suas explicações.

7. A solução adoptada pela Metro do Porto, com respeito às obras realizadas ou a realizar no espaço de implantação da Linha Matosinhos - Boavista, inscreve-se na política de gestão seguida pelo Conselho de Administração, e já levada à prática noutros concelhos, no sentido da salvaguarda da boa gestão de dinheiros públicos.

8. O Conselho de Administração sempre se manteve e manterá alheio e arredio de manifestações e processos que visem o condicionamento político - partidário do projecto do Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto.

15 de Junho de 2005
O Conselho de Administração
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Nota de TAF: Gostava de ver as contas da Câmara relativas a isto. Afinal o que é que a autarquia pagou e o que é que o Metro pagou ao certo? O que é que foi por causa do Metro, o que é que foi por causa das águas, o que é que foi por causa das corridas? Retirar os carris no viaduto terá sido um "requisito e exigência da Metro do Porto"?

De: Alexandre Burmester - "Avenida dos «Separados»..." 

Embora ultimamente afastado das discussões do Blog, tenho à mesma seguido atentamente a sua leitura. Na verdade alguns assuntos têm vindo a ser uma contínua repetição, casos do Túnel de Ceuta, Linha da Boavista, Linha de S. João, Av. Dos Aliados, para os quais já disse o que tinha a dizer e não me apetece passar a vida a repetir as mesmas opiniões.

Compreendo que estes assuntos não devem, nem podem esmorecer, até porque o poder político já entendeu há muito tempo que ganha quem tem mais paciência, e utiliza essa táctica constantemente. Um dia destes estes assuntos deixam de vender jornais e notícias, e serão imediatamente dados como assuntos arrumados. Por isso, infelizmente lá teremos de continuamente chover no molhado....

Mas como não me apetece falar da "vigarice" das corridinhas de popós à moda antiga, e da sua obra paga pelo Metro, que supostamente não devia financiar os automóveis; E também do contínuo entendimento do Metro como linha ferroviária pelo meio da cidade, embora venha agora o Dr. Oliveira Marques dizer que afinal o Metro é apenas um "eléctrico à superfície"; Nem do Túnel de Ceuta, onde todos gritam e ninguém tem razão; Vou dissertar sobre o Projecto dos Aliados.

Mas não quero fazer nem propostas de alteração ao Projecto apresentado, nem mesmo fazer-lhe críticas. Não tem sentido fazer quaisquer propostas, porque não conheço suficientemente as condicionantes do Programa e do local, e claro está fazer-lhe críticas será fácil e injusto.

Sei bem a que se referia o Arqto Souto Moura, quando manifestou o processo de solidão que sente, no desenvolvimento de projectos públicos, e em particular nos trabalhos de reenquadramento do Metro. Na verdade cai-se no vazio, quando se espera que com a encomenda pública se encontre interlocutor clarificado, e que se torne solidário nas decisões. O que se encontra como interlocutores, são pequenos poderes espalhados pelos órgãos públicos, que para além de se guerrearem entre si, não tem coragem ou autonomia de decisão, atrapalham-se e torpedeiam o processo. Fica difícil projectar, e mais difícil ainda ter de aguentar as críticas fáceis. Por estas razões o que está mal no arranjo da Av. Dos Aliados, não é o projecto, mas sim todo o processo.

Como é possível nos dias que correm, e com as informações disponíveis, ter-se a veleidade de programar e encomendar a alteração de um espaço público da importância da Av. dos Aliados, sem passar primeiro por um processo transparente de informação e de consulta pública? Será que os cidadãos não tem opinião? Será que votamos num executivo camarário para governar em roda solta? Será que bastava entregar projectos a nomes sonantes para enfeitiçar as opiniões? Será que não há respeito pelos projectistas pelo injusto julgamento em Praça pública? Ou será que somos todos ignorantes e que precisamos que tomem conta de nós?

A gestão da cidade pertence aos cidadãos, e se nomeia políticos em sua representação é para lhes prestar contas no exercício do Serviço público. Infelizmente esta classe diminui de qualidade a olhos vistos (quanto mais se torna uma profissão de carreira sem qualquer formação), e só aos poucos vai percebendo que as decisões tomam-se cada vez menos nos gabinetes fechados, e mais na Praça pública, e que os processos devem ser cada vez mais informativos e transparentes.

Mas não se confunda Praça pública, com a recente atitude de demagogia política em Praça pública, no Túnel de Ceuta.

Alexandre Burmester.

De: TAF - "Notícias de meio da semana" 

- Metro do Porto está a suportar os custos das obras da Avenida da Boavista
- Obra da Boavista paga pela Metro
- Metro está a pagar obras na Boavista à Câmara do Porto
Não é propriamente uma novidade... Bastaria ter lido A Baixa do Porto! ;-) Já em 17 de Fevereiro se fez referência e comentário a este facto, após chamada de atenção de Emídio Gardé para notícia do JN. Na altura o valor ainda ia em 6.000.000 de euros e não em 8.000.000...
- Comunicado da Câmara - diz que "não há qualquer empréstimo deste género" mas não nega que é a Metro que tem estado a pagar.
- Governo questiona Metro
- Muitas dúvidas da Oposição sobre a linha da Boavista
- Argumentos de Oliveira Marques não convenceram oposição na Assembleia
Talvez faça falta a Oliveira Marques ler os meus argumentos... ;-)
- Metro, Câmara e dinheiros públicos - opinião de Rogério Gomes

- Metro: Linha da Maia abre dia 27
- Invicta TV começa a emitir
- Promovido abaixo-assinado contra as obras na Avenida dos Aliados
- Câmara lança concurso para recuperar cinco ruas em Carlos Alberto e prevê instalação de carris
- ETAR de Sobreiras volta a operar ainda este mês
- Constituída comissão para avaliar funcionamento das ETAR

- Túnel de Ceuta vai chegar à Assembleia da República
- Rui Rio chamado ao Parlamento para esclarecer o caso do túnel de Ceuta
- Desprezo - opinião de Gabriel Silva no Blasfémias

2005/06/14

De: Pulido Valente - "Continuando" 

Enviei agora um texto com a minha proposta para a avenida.

Há ainda que tratar do assunto da discriminação que é feita no PNED.
O Nuno, pelo menos, sabe, há mais de seis meses, que tenho uma proposta revolucionária para aquilo a que se chama a alameda 25 de Abril na Corujeira. Sabe também que o que lá foi feito é uma verdadeira calamidade pela maneira brutal com a intervenção foi feita (aterros de 14 metros!!!, destruição dos muros, tanques, arvores, construções rurais, etc., fechou-se uma rua, ....).
Já lhe pedi, discretamente, apoio na minha luta para evitar que a CMP deixe fazer lá o que está previsto, com mais ou menos altura, por ser contra todo o bom senso e interesse da cidade.

Nunca pegou nem pôs à discussão. Fez de censura. Decidiu por si. Ou, pior, deu conhecimento e o " colectivo" assumiu a censura e não abriu a discussão.

Vou-lhes dizer o mal que estão a fazer.

Em primeiro lugar, desdizem as v. boas intenções quanto à cidade pois não interessa que a cidade escolha, converse, discuta, apoie, exija se a opinião dos censores for ultrapassada. Parece quererem garantir que a solução da CMP seja a construída. Aberração.

Julgo que a rejeição assenta em PRECONCEITOS quanto a altura e forma dos edifícios propostos PORQUE NÃO SÃO COMO AQUELES QUE SE FAZEM E SÃO MAIS ALTOS.

Acontece que aí reside um dos interesses da proposta pois embora os edifícios sejam mais altos do que aquilo que as pessoas ACHAM que deviam ser (porquê?) se esquece que ocupam menos solo impermeável - metade - e TÊM A MESMA VOLUMETRIA QUE EDIFÍCIOS DE RÉS DO CHÃO E TRÊS PISOS.

Além disso proponho aquilo que nunca vi: que por baixo da construção, EM ARCO, fiquem amplas áreas permeáveis sem motorizados, destinadas exclusivamente ao peão e a circulação motorizada de emergência.

Este trabalho questiona os regulamentos, e até as leis, existentes. Mostra os erros monstruosos que se estão a fazer quanto a licenciamentos e autorizações de construções. Abre novas perspectivas para se criar cidade culta e com bom ambiente mas o PNED não soube reconhecer estas qualidades e está há meses a perder a oportunidade de ficar na história por lutar contra a estupidez, a cupidez e a falta de cultura dos que mandam.

Parece que o meu livro "A remar contra a maré" vai ser posto à venda a meados de Julho. Se assim for podem ver o disparate do linchamento deste trabalho.

A propósito conhecem o meu monumento ao Humberto Delgado, 1º prémio do concurso que a CMP realizou mas que não construiu? Não? o Nuno conhece há umas largas semanas. Também está na Baixa.

De: Pulido Valente - "Aliados: a depredação" 

A ideia de dar a avenida ao peão é a única que justifica que se altere o que está.
Para tanto há que pensar na zona que será abrangida pela intervenção. Quanto a mim a zona vai de Sá da Bandeira para poente até à praça Filipa de Lencastre. E do Passeio das Cardosas (passeio norte onde está a estátua) até ao largo entre a câmara e a igreja. Pelo menos. Isto acarreta que se tenha de desviar o trânsito que atravessa a avenida. O viaduto de Gonçalo Cristóvão será sobrecarregado se não houver soluções que, obviamente não estudei. E a rua dos Clérigos e passeio das Cardosas (lado sul) também.

Quanto ao atravessamento para o túnel das ambulâncias deve ser permitido com o pavimento que não crie obstruções de Sá da Bandeira até lá. Portanto esses atravessamentos de emergência devem ser acautelados também na Pr. D. João I e na rua Magalhães Lemos.

Quanto ao destino de todo aquele espaço proponho que se deixe um corredor de 15,0m - três mãos abonadas - para o trânsito motorizado (principalmente autocarros) do lado Poente (Fenianos, Guarany etc). Os carros particulares que queiram vir para o centro do centro devem seguir por esse lado condicionados pela prioridade dada ao transporte público. Como acontece em Sá da Bandeira (que tem três mãos em grande e importante extensão) ou na marginal recentemente arranjada onde quanto muito t.b. há três mãos nos melhores troços.

Se nestes exemplos que dou se pode fazer isto com as bichas (indevidas) de quem quer ir/vir para Gaia/Campanhã pela marginal e as pessoas se vão subjugando (quando deviam era dizer que o estudo e a obra são muito maus), no centro do centro, a avenida, pode-se arranjar uma solução que será muito menos pesada para o trânsito motorizado.
Insisto que se deve desviar grande parte do trânsito, ou, pelo menos, criar alternativas para aligeirar a carga motorizada na avenida.

BOM. Com o automóvel e autocarro e o táxi só na faixa ocidental (de 15,0 metros de largura) teremos TODA a avenida para o peão. Deixa de haver a parte do meio envolvida por poluição e veículos motorizados.

Tratamento do pavimento? Como se quiser! Quanto a mim com saibro, canteiros, calçada à portuguesa (aumentada pois claro), lagos, fontes, Monumento a Humberto Delgado, bancos, ÁRVORES, quiosques ou pequenos pavilhões para apoiar a permanência das pessoas. Claro que os sanitários públicos devem ser revistos ou postos de forma decente se não estiverem.

Tenho propostas para:
Enfim não é um sonho é uma maneira de ver o assunto de um arquitecto que não faz desenho de moda com tudo o que isso implica.

O desenho está na Baixa.

JPV

De: TAF - "Alguns apontadores" 

- Poeira das obras danifica peças de arte do museu
- Socialistas visitam zona circundante do Túnel de Ceuta
- Duas horas à espera dos socialistas
- Falta de Educação
- Deputados do PS dão "seca" de duas horas a técnicos da Câmara do Porto
- Socialistas exigem que Rio cumpra a lei no caso do túnel de Ceuta

- Entulho ilegal multiplica-se na zona oriental da cidade
- Acessos ao Hospital de S. João fazem alterar trânsito
- Metro vai ter que repor parte do pavimento na frente do "S. João"

- Abaixo-assinado em defesa da Av. dos Aliados
- António Moreira e Cristina Santos no Comércio

2005/06/13

De: F. Rocha Antunes - "Eu eleitor me confesso" 

Meus Caros,

Resisti a escrever este post até depois do anunciado encontro entre a Baixa e, pelos vistos, um fórum ligado ao PS, e o candidato desse partido à presidência da CMP.

Gosto da diversidade de opiniões, dos diferentes estilos e das diferentes posições de quem aqui escreve.

O nosso mínimo múltiplo comum é a Baixa do Porto e o exercício de cidadania sistemática neste blogue sustentado pelo Tiago. A Baixa é isso mesmo, um local de cruzamento de opiniões, interesses e gostos diversos mas que são, no seu conjunto, a cidade.

Assumo que a minha opinião sobre o melhor candidato ainda não está formada, acho que ainda falta saber muito para eu poder decidir. E quando o fizer vou fazer o que realmente importa, que é ir votar. Em quem e porquê será sempre um assunto a que vos irei poupar.

Não irei participar em nenhum evento de nenhum candidato. Pela mais prosaica das razões: acho absoluta perda de tempo.

Quem quiser saber o que se escreveu na Baixa, que se dê à maçada de nos ler. Pode aprender alguma coisa, se tiver genuína vontade disso.

A minha cidadania aqui exerce-se da maneira que a internet permite e o Tiago atura. E apenas entre cidadãos iguais uns aos outros.

Como sempre, é apenas a minha opinião. Eu nunca me atrevo a falar senão em meu nome.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: TAF - "Mais comentários..." 

"... sobre o encontro com Francisco Assis"

Raquel Seruca, que também esteve presente, escreveu um texto no Fórum SEDE sobre esta tertúlia.

De: António Moreira - "Algumas considerações" 

Sobre a troca de impressões entre o candidato à presidência da CMP, Francisco Assis, diversos elementos do Partido Socialista e outros colaboradores do "Blog" "ForumSede" (os Sedentos) com o Tiago A. Fernandes e outros "escribas" d"A Baixa do Porto" que quisessem comparecer:

É, em minha opinião, de realçar a disponibilidade do Dr. Assis (e de todos) para este encontro, que (pelo menos para mim) foi muito útil, como forma de conhecer, em ambiente mais informal, o candidato, a sua "equipa" e algumas das suas propostas ou, se calhar mais importante, a sua forma de abordagem aos problemas.
Espero que esta atitude possa servir de exemplo a outros candidatos quer para estas quer para outras eleições.

Além de útil foi (também para mim) extremamente agradável, este encontro, dada a simpatia, a abertura ao debate e o interesse demonstrado (que me pareceu genuíno), quer do candidato quer da sua "equipa" por "outras" ideias, quanto à cidade e não só, mesmo quando completamente desfasadas daquilo que defende o PS ou até do "senso comum" (como as minhas) :) .

Esperava que não me fossem explicadas as propostas do PS para a cidade ou, muito menos, me fosse feita uma descrição do seu programa eleitoral (que me perdoe a Cristina Santos).
Conforme tive ocasião de referir, entendo que uma equipa que pretende conquistar a confiança dos eleitores para gerir os destinos da cidade deverá propor muito mais do que obras e promoção mobiliária e imobiliária.

Também não esperava que fosse possível explicar ao candidato (ou à sua "equipa") quais eram as propostas d"A Baixa do Porto", para a cidade, dado que, como muito bem explicou o Tiago, elas não existem nem podem existir, dada a natureza d"A Baixa", existem, isso sim, ideias ou propostas das pessoas que, de uma forma aberta se dispõe a escrever nesse espaço, sem qualquer limitação (para além das óbvias) e que, se esperava que estivessem presentes em maior número.

Aceitando o facto de que o dia não seria o mais propício, ainda assim estranhei a falta dos mais assíduos "colaboradores" d"A Baixa", principalmente dos que não estiveram, mas se estivessem…… preconceitos?

Espero que esse facto não tenha contribuído negativamente para o que entendo que seria o único resultado a esperar deste primeiro encontro:
Apenas isso, que fosse apenas um primeiro encontro.

Ou seja, mais do que projectos ou programas, interessam-me atitudes e comportamentos.
Não sendo actor (nem figurante) das estratégias que determinam as promoções imobiliárias ou outras, mas sim, na maioria das vezes, apenas vítima, interessa-me que a auscultação à população quanto aos problemas a resolver, às prioridades, aos caminhos, às ideias, sejam para manter, antes e após eleições e não apenas uma estratégia de campanha.
Que à manifestação da intenção de criação de fóruns /comissões consultivas permanentes (reais, virtuais ou mistas) venha a corresponder efectivamente a sua prática.

Infelizmente ninguém me consegue já convencer com chavões, sejam eles do estilo "a luta contra a burocracia e a corrupção", da "participação efectiva dos cidadãos na tomada de decisões", do "bom senso e respeito pela cidade", ou outros que tais……

Compreendo que esses e outros chavões são essenciais para captar os votos do "povinho" que decide as maiorias, seja nas feiras e mercados, seja nas visitas aos túneis ou aos bairros sociais (e, porque não? até nos "Blogs") e que, por isso, os candidatos que queiram ganhar eleições tenham que, de boa ou má vontade, nos atirar com eles.

Mas é, para mim, muito mais importante verificar a forma como a demagogia e o populismo (ferramentas essenciais ou mesmo únicas para ganhar eleições) são assumidas e utilizadas pelos candidatos.

Rui Rio já demonstrou cabalmente que utiliza essas ferramentas sem qualquer pudor.
Mais grave ainda, parece até ter-se deixado arrastar numa espiral em que a demagogia e o populismo o terão "possuído" ao ponto de não ser já capaz de discernir os limites entre a realidade e a farsa que encena, aproximando-se cada vez mais perigosamente das fronteiras da razão.

Fiquei com a impressão que Francisco Assis não estava tão à vontade no uso desses utensílios, pareceu-me até sentir-lhe algum constrangimento quando os usava, o que, para mim, é bom sinal ….
Mas, se calhar, é por isso que alguns, dentro e fora do PS, lhe tem apontado algumas "insuficiências políticas", o tempo dirá.

Uma nota final:
Apenas duas mulheres estavam presentes, pelo que, considerando apenas a quantidade, não estavam cumpridas as cotas aprovadas :)

Olhando à qualidade das suas intervenções, o caso muda completamente de figura e, conforme referi em comentário no "Sede" leva-me a questionar se, afinal, o que haverá a mudar na política não será, tão só, o sexo.

Cumprimentos
António Moreira

De: Cristina Santos - "Reportagem..." 

"... no Bairro São João de Deus"

Na passada Quinta Feira a RTPI emitiu uma reportagem subordinada ao tema – no limite da toxicodependência.

A reportagem chocante mostrava os Toxicodependentes, alojados nos destroços do Bairro São João de Deus e o trabalho de uma equipa de Rua.
A «equipa de rua» visita diariamente vários toxicómanos, em condições miseráveis, e portadores de doenças terminais e infecto-contagiosas, nomeadamente tuberculose.

Infelizmente esta equipa é obrigada a transportar doentes tuberculosos, na sua própria carrinha, fazendo o seu encaminhamento para os Hospitais locais, que se limitam a atende-los de forma superficial e autorizar a alta clínica, quase de imediato.

Calculava-se que dos Toxicodepentes que visitam diariamente os Bairros, os «flutuantes» , 1/3 deles termine numa qualquer cave, buraco ou tenda nas imediações.
A maioria morre num curto espaço de tempo, devido à propagação das doenças infecciosas, que nesse locais acabam por ser fulminantes.
Estas mortes não significam a diminuição dos acampamentos, na medida em que são rapidamente ocupados por pessoas em condição semelhante, alias depois da demolição de alguns blocos do bairro o número de «acampamentos» aumentou consideravelmente.

Os comentadores desta reportagem consideraram que na nossa Cidade estes casos proliferam devido à má colaboração entre as unidades hospitalares, as equipas de Rua e a própria organização da Cidade.

A gestão Autárquica foi várias vezes apontada como pouco interessada na resolução destas problemáticas, as escassas equipas de rua afirmaram não ter qualquer apoio ou incentivo nesse sentido.

O Presidente do IDT afirmou, que em Lisboa esse problema foi resolvido colocando unidades móveis nas imediações dos acampamentos. Considerou que se existissem unidades de rastreio e controle infeccioso no local (São João de Deus), o problema estaria parcialmente resolvido. Sugeriu ainda a permanecia de unidades no bairro que pudessem administrar programas de recuperação de toxicodependentes, afirmando por diversas vezes que não poderia argumentar sobre este caso na Cidade do Porto, pois desconhecia a existência de tal situação.

Os médicos presentes consideraram tratar-se de um caso de saúde pública, mostrando-se alarmados com o número de portadores de Tuberculose identificados na reportagem, que se deslocam dentro da Cidade, sem qualquer acompanhamento médico.

Os agentes locais de controlo e apoio social, começaram por dizer que estes doentes eram de tratamento difícil, culparam a Autarquia pelos escassos meios disponibilizados e a dificuldade de integrar estas pessoas em unidades especiais.

Cristina Santos

PS – Pretende-se uma gestão participada pela sociedade civil, porque é a sociedade civil que diariamente trabalha e calcorreia a cidade, é a mais apta a sugerir soluções - tem conhecimento de causa, por isso Caro Tiago, o que me preocupa é até à data o Sr. Assis ainda não conhecer os problemas da Cidade.
As campanhas são exageros, publicidade, não se pode limitar o tempo de análise dos eleitores ao mês que antecede as eleições.
Gostava de ter já opções, apresentadas por pessoas que se interessam e diariamente debatem a Cidade, essas não precisam de grande tempo de auscultação, já sabem de cor as revindicações e problemas que passamos nos últimos anos.
Espero que Assis ou outro se venham a mostrar uma boa opção para a Cidade, o que precisamos é de boas opções, não de boas campanhas.

De: Pedro Aroso - "Urbanismo no Porto" 

Recebi um convite da Comissão de Candidatura do Dr. Francisco Assis à Presidência da Câmara Municipal do Porto e do Movimento Novas Fronteiras para participar num debate subordinado ao tema "Urbanismo no Porto", a realizar-se no dia 17 de Junho, sexta-feira, pelas 21:30, na Alfândega do Porto, em que serão oradores os arquitectos Manuel Correia Fernandes, Fernandes de Sá, Manuela Juncal, Alexandre Burmester e o engenheiro Paulo Pinho.
Presumo que o debate seja aberto ao público em geral, por isso aqui fica o aviso.

Pedro Aroso
PS: Recordo-me que, durante a última campanha eleitoral para as autárquicas, o Dr. Rui Rio também escolheu a Alfândega para aí anunciar formalmente a sua candidatura. Na altura foi-lhe dito que aquela instituição não estava aberta a iniciativas de cariz partidário...

De: Nuno Quental - "Ambiente no Grande Porto" 

Dias 16 e 17 de Junho será realizada a conferência "Ambiente no Grande Porto", integrada na elaboração do Plano Estratégico de Ambiente da região, projecto único em Portugal. Será um momento especial deste processo em que se discute a construção de um futuro sustentável para um milhão de cidadãos.

Fique a conhecer as propostas e projectos ambientais mais inovadores, de organizações não governamentais, autarquias, direcções regionais e serviços desconcentrados, investigadores, professores e estudantes. Uma oportunidade única para conhecer e participar no debate sobre o futuro da região.

A conferência será realizada no Fórum da Maia (junto à Câmara Municipal). A entrada é livre, sujeita a inscrição prévia (poucos lugares disponíveis).

Envie e-mail para aabarata@esb.ucp.pt ou consulte
http://www.futurosustentavel.org/gca/index.php?id=41

De: TAF - "Preconceitos" 

O texto abaixo da Cristina suscita-me 3 comentários.

1) Seja Francisco Assis, seja Rui Rio, seja outro candidato qualquer, acho que só é útil analisar o respectivo programa imediatamente antes das eleições. Não vejo que sentido faz primeiro anunciar um programa e só depois ir perguntar à sociedade civil o que pensa e que soluções propõe. Isso seria intelectualmente desonesto e tempo completamente perdido.

2)
Seja que candidato for, não é sozinho que vai resolver os problemas do Porto caso seja eleito. Mesmo que em teoria os serviços da Câmara funcionassem muito bem (o que no Porto é evidentemente uma miragem), nem com o todo apoio desse staff um presidente consegue resultados visíveis. É preciso deixar o protagonismo para a iniciativa privada; o que a autarquia tem que fazer é remover os entraves que ela própria coloca (seja por acção ou por omissão) ao desenvolvimento sustentado da cidade.

3) Continuo a afirmar que faz mais sentido haver apenas 3 níveis de poder do que 4.

De: Cristina Santos - "Cegos e visionários" 

Sobre Francisco Assis e a sua candidatura à Câmara, nada se sabe ou comenta, até há data não existe programa político, projectos ou soluções reais que sejam do conhecimento do público-alvo.

O Candidato pelo PS limita-se a visitar-nos semanalmente, mostrando pouco interesse ou até desconhecimento sobre a nossa Cidade, desloca-se aos aglomerados reivindicativos sem qualquer cartada no bolso e desculpa-se afirmando que em primeiro lugar é preciso auscultar o eleitorado.

O Sr. Assis ainda não compreendeu, que para auscultar o eleitorado da Cidade necessita, no mínimo, de uns anos para ouvir todas as partes. Trata-se de mais um candidato, que vai perder 3 anos a auscultar e conhecer o Porto, para no quarto ano se envolver numa baralhada de soluções e obras representativas.

O encontro com a Baixa do Porto demonstra, da parte do candidato, uma abertura para conhecer os problemas da Cidade, infelizmente não pude presenciar, estava ansiosa para saber se essa «abertura» ia alem das aberturas que se fazem, nos mercados ou nos bairros sociais.

Em geral visitam-se os Bairros só na campanha, não sei se isto será agoiro para a Baixa do Porto, mas o que é facto é que as gentes do Bairro são simpáticas e racionais nas alturas da campanha, e são uma cambada de «profissionais do contra» no resto do mandato.

Espera-se muito mais da parte do candidato Socialista.
Se pretende ganhar e desenvolver a Cidade do Porto, o Sr. Assis tem que adoptar uma posição mais profunda, sem secretismos ou programas de última hora.

Quanto à ideia do Paulo Vaz, concordo que os serviços ministeriais, como a saúde, devem ser unificados a nível nacional e não delimitados a Cidades, concelhos ou freguesias.

Existem Freguesias na nossa Cidade que devem ser fundidas (como alias acontece em Gaia, Maia etc), mas a fusão de Autarquias é uma proposta radical, defenda-se antes a eficiência de uma Junta metropolitana, que medeie e gira os interesses de forma salutar.

As Autarquias já são demasiado burocráticas, para serem fundidas. Essas ideias exigiam mudanças radicais na performance dos serviços públicos nacionais, ou pensasse apenas numa fusão Politica?!

A competência gera qualidade, se tivermos Autarcas capazes e eficientes, o Porto só lucra em estar rodeado por cidades competitivas.

Quanto à condição fraca que o Paulo atribui à Cidade, depende da perspectiva.
Nas Cidades vizinhas há mais oportunidade de subir na vida, porque na verdade em terras de cegos (iniciados na competência ou desenvolvimento) que tem um olho é rei.
No Porto, um olho era suficiente no início do desenvolvimento, só olhávamos numa direcção, Na actualidade é preciso grande visão para remediar os erros que se cometeram.
Às Cidades vizinhas não é difícil empreender, difícil será sustentar e manter.

M. Cumprimentos
Cristina Santos

De: Pedro Aroso - "O centro é inóspito?" 

Este texto do Paulo Vaz é curioso... Concordo com alguns aspectos pontuais da sua análise mas, no essencial, tenho sérias reservas.
As pessoas não querem o centro e preferem a periferia?
O centro é inóspito?
O centro apenas tem nome e passado glorioso?
Rui Rio está a governar (só) para os residentes no Porto?
O centro do Porto só tem futuro se a periferia o deixar, isto é se Gaia, Maia, Matosinhos abdicarem de fazer concorrência?

Hmm... Vou apenas pronunciar-me sobre esta última questão: Gaia, Maia e Matosinhos não fazem concorrência ao Porto. O grande problema desta cidade está centrado nos Serviços de Urbanismo da Câmara Municipal, que constituem a maior escola de burocracia existente no país. É uma tradição que se arrasta há muitos anos. Rui Rio acreditou que era possível acabar com a corrupção e melhorar a qualidade desses serviços, mas os lobbies lá instalados têm muita força e, paulatinamente, têm conseguido boicotar todas as iniciativas destinadas a acabar com esse status quo.

Eu não estive no debate com o candidato Assis, mas uma das perguntas que gostava de lhe fazer é esta: se for eleito vai continuar a luta de Rui Rio contra a burocracia e a corrupção dentro da Câmara do Porto?

2005/06/12

De: Paulo Vaz (Nortugal) - "Debate Assis" 

Desde já agradeço a sua iniciativa de organizar um debate com o Dr Assis e PS Porto. Gostaria de fazer algumas considerações sobre o debate, sobre Rui Rio, sobre o Porto e sua região.

Para ser franco acho que a recuperação da Baixa do Porto não é viável de costas para o mercado. Efectivamente, como disse o Daniel Fortuna as pessoas não querem o centro e preferem a periferia. Eu trabalho no centro e moro na periferia. Brevemente passarei a morar e trabalhar na periferia. O centro é inóspito e caro. O centro apenas tem nome e passado glorioso. Presentemente o centro tem concorrência e o seu passado monopolista onde estavam todas as actividades económicas acabou. Isto passa-se no Porto em Lisboa e noutras áreas metropolitanas, tal como relata Porter no seu livro «Competição». O centro do Porto só tem futuro se a periferia o deixar, isto é se Gaia, Maia, Matosinhos abdicarem de fazer concorrência. Isto só será possível se houver uma super-autarquia, onde a Maia não alicie as instituições do Porto para lá se instalarem. Mas como reparou ontem no final do debate após eu ter tocado no assunto da fusão das autarquias, os militantes PS, o poder partidário não está disposto a abdicar de lugares elegíveis e remunerados.

Rui Rio está a governar para os residentes no Porto, isto é, o interior do «donut» segundo a terminologia de Rio Fernandes. Segundo este, os concelhos limitrofes do Porto são mais dinâmicos em termos económicos e populacionais que o próprio Porto. Assim se percebe o que Rio anda a fazer: Anda a governar para os falhados e idosos e todos aqueles que nos últimos 20 anos não subiram na vida e não emigraram. Daí a corrida dos calhambeques, o desprezo pelas questões do desenvolvimento económico, o mero show off no Porto-Ciência, o apoio aos comerciantes decadentes da D.Laura, a aposta na habitação social, etc. O problema é que Rui Rio provavelmente irá ganhar as eleições novamente. Eventualmente Rui Moreira desempenhará as funções de arbitro.

Para si e para mim que temos a nossa vida cá organizada, temos que continuar a picar os políticos que temos favorecendo o nosso desenvolvimento. Avançar com a política «open source» é uma alternativa que gostaria de concretizar. Para já, acho que devermos continuar a apostar e a difundir a fusão de autarquias.

Cumprimentos
Paulo Vaz

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