Bem lembrado por Alexandre Burmester a acção de D. Miguel da Silva e do arquitecto italiano Francesco da Cremona que pretendia fazer de São João da Foz, a Ostia (porto marítimo da Roma Clássica) da Invicta. Como prometi num post anterior sobre faróis, escreverei também na Avenida dos Aliados sobre esse tema brevemente. Aliás, aquelas embaixadas a Roma trouxeram tanta novidade urbanística para o Porto e para o país... veja-se no caso da Invicta a acção na Rua das Flores e no antigo Convento de São Bento de Avé Maria, ou em Braga com a extraordinária acção de D. Diogo de Sousa. Prometo mesmo falar da Renascença no Porto brevemente, para ajudar a remar neste barco da luta contra o esquecimento!

Pois não é que existe um outro grande obreiro da cidade, mas no século XVI, que foi responsável pelo balizamento da barra do Douro, pela construção da igreja que se situa no castelo de S. João da Foz, e pelo Farol de S. Miguel o anjo.

E como se não bastasse, tratando-se de pessoa culta, trouxe a Portugal um Arquitecto italiano, que foi o responsável pelas primeiras obras quinhentista no País.

Pois estou a falar de D. Miguel da Silva.
Da sua sorte, não só se esqueceu a cidade, como o País. E das suas obras (entre muitas e importantes), esquecemos todos. Basta olhar para o que sobra dos monumentos.

Aos interessados sobre a matéria, não basta procurar nas páginas da história, porque também destas e deliberadamente foi apagado, é preciso encontrar os textos do Historiador Rafael Moreira. E vale a pena.

Alexandre Burmester, Arqto.

Aproveitei as férias para visitar recentemente o "renovado" palácio do Freixo. Foi a primeira vez que o fiz, e fiquei impressionado com a beleza do edifício. Mas fiquei ainda mais surpreendido por verificar que a reabilitaçao foi incompleta. Isto porque o palácio chegou a um estado tal que pinturas e estátuas já não puderam ser totalmente recuperadas! Fiquei incomodado por ver um dos mais belos edifícios do Porto ter sido tao mal tratado. "Bem, - pensei- o que foi lá foi e estas coisas nao se vao repetir, por certo". No dia seguinte fui dar uma volta pela zona da cordoaria. E fiquei revoltado... para alem de a zona contigua à antiga cadeia da relação estar completamente abandalhada, num estado lastimável, a bonita fonte que lá está colada à cadeia mais parece um WC público, a julgar pelo cheiro, ou um tanque de bairro, a julgar pelo estado ruinoso e pelas belas tentativas de o retocar com cimento. Continuando o passeio, passei por uma das mais bonitas igrejas do Porto, a igreja de S Bento da Vitoria. Nao foi possivel entrar, mas so o aspecto da fachada me impressionou. O portão acompanhado com uma belíssima rede metálica, de "muitissimo" bom gosto, talvez para evitar o livre acesso dos passaros ao interior do edifício... As estatuas que encimam a fachada, parece que vao ter o mesmo destino que as do palácio do Freixo, ou seja, a mutilaçao, no melhor dos casos! Ao fim dessa rua, pude contemplar, com alguns turistas estrangeiros, uma das melhores vistas do Porto. Para nao destoar, num miradouro que mais parece o jardim das traseiras onde o meu mecanico coloca o entulho.
Há algum tempo pude ler neste blog que uma igreja em Campanha tambem estava (espero bem que o verbo seja o correcto, mas duvido...) em risco de "ruína". Quando será que vamos começar a valorizar o nosso património? Tem-se visto algum trabalho, mas como as coisas estao, "algum" nao é suficiente! Espero que as SRU's tragam, de facto, a revoluçao que a cidade precisa...

Armando Peixoto


P.S.- Tambem fui ao museu da imprensa. Gostei do conteúdo, o pacote é que é de rir... Especialmente o belo toldo à moda da "tasca do manel" na porta de entrada! Havia um projecto para essa zona que contemplava um novo edifício para o museu. Ultimamente tenho ouvido falar noutro projecto que contempla uma marina, mas nao contempla museu nenhum... Gostava de saber, afinal, qual é o futuro da zona e do museu NACIONAL da imprensa.

Caro TAF,

Numa altura em que parece que estamos a abrir novos caminhos para um público do Porto, veja-se os artigos elogiosos na imprensa), escrevo não só para dar os parabéns ao A Baixa do Porto, mas também para, como vem sendo habitual sempre que o tema é mais urbanístico, chamar a atenção para um post no Avenida dos Aliados, com o título "Memória de Elefante", sobre o esquecimento da CMP ao aniversário de João de Almada e Melo, o grande obreiro setecentista da "Baixa do Porto".
Forte abraço e, mais uma vez, Parabéns.

Jorge Ricardo Pinto
http://avenidadosaliados.blogspot.com

Nota de TAF: Obrigado e parabéns também ao Avenida dos Aliados!

N'O Primeiro de Janeiro:
- Bagão Felix e José Luís Arnaut assinaram despacho que viabiliza Sociedade de Reabilitação Urbana

No blog Blasfémias:
- Local Recomendado (Biblioteca Almedida Garrett)

PS: Nota-se que é tempo de férias porque nos últimos dias, contra o costume, tenho sido só eu a "postar" aqui... Aproveito para chamar a atenção para este comentário de Giorgio Carlo Guazzo onde se fazem várias perguntas e sugestões a que valia a pena responder.

PS2: Mais dois que esperam por Ricardo Figueiredo...
Siza e Souto de Moura esperam resposta para renovar Aliados

No PÚBLICO:
- Nova Lei do Arrendamento Avança Finalmente em Setembro
- Uma Bomba-relógio nos Bairros Antigos
- As Principais Alterações Que a Reforma Deve Trazer
- Três Casos no Porto
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- Funicular dos Guindais "Esgotado"
- O Parque das Nações em Lisboa (no fundo desta página há outros apontadores)

N'O COMÉRCIO DO PORTO sobre a Foz do Douro:
- "Ainda há ruas sem saneamento na mais nobre das freguesias"
- Recanto talhado a rio e a mar

No Público:
- O Porto em Retrato "Blog"
- Cidade à Luz da Objectiva
- Os "Diários" Electrónicos e a Informação
- Algumas Sugestões de "Blogs" e "Fotologs"