2004/05/22

De: Alexandre Burmester - "Alameda" 

Voltando à Alameda, e às possíveis soluções urbanas, que não passassem pelas tradicionais soluções de frentes construídas, envio a solução por mim defendida em 1998.

Essencialmente traduzia-se num parque urbano, com edificios (cor de laranja) de maior altura.



As estruturas rodoviárias para os carros
Os arruamentos urbanos para o comércio/serviços
O Parque para as habitações e para todos.
E uma entrada na cidade mais digna e desafogada.

Foram opiniões....
Alexandre Burmester

De: TAF - "10 Dias" 

Do Público: Prazo-relâmpago para Apreciar Projectos de Recuperação Urbana na Baixa Portuense.

De: Mário G. Fernandes - "Texto de JPV sobre a Al. 25 Abril" 

Houve aqui descoordenação de tempos entre mensagens. Vi a notícia do Primeiro de Janeiro no TAF e só depois do meu comentário no PNED tive conhecimento do texto (e imagens de Pulido Valente, também no TAF). Ainda bem, porque a minha primeira mensagem servirá de testemunho à minha abertura ao debate de soluções. Isto porque sei que correrei o risco, sem importância naturalmente, de ser visto como conservador em termos de urbanismo, já que a imagem do projecto de Patrício Martins, fornecida por JPV, corresponde está próxima da solução que mais me agrada. Aliás, não me parece que seja o tipo de solução a privilegiar, mas não concordo que se trate de solução "abandonada" ou abandonável. Por outro lado, o argumento de que é difícil usar aquele espaço, tipo jardim, no meio de vias de grande movimento, de que fala JVP é o mesmo que Rui Rio, enquanto elemento do PSD de Viana do Castelo utilizou, em crónica publicada, para criticar o arranjo da avenida marginal e, afinal enganou-se: as passadeiras funcionam, os semáforos também, não tenho notícias dos acidentes terrivelmente anunciados e a coisa funciona.
Mais, a alameda tem uma dimensão muito maior, que a afasta da tipologia de placas centrais ajardinadas, pelo que o seu usufruto será, assim, muito mais convidativo. Nunca chamei caixotes à tipologia dos "tradicionais blocos de rez e seis ou oito andares", embora existam alguns, como já chamei caixotes a alguns exemplares de outras tipologias.
Além de tudo, penso que a morfologia tradicional, dos edifícios a bordejar os quarteirões, são uma das partes da maltratada morfologia de Campanhã e que também a caracterizam. Por outro lado, honestamente e sem pruridos ou preconceitos, o projecto do arq. Pulido Valente é que me parece que, usando as suas palavras, encara "aquele território como se fosse um caso abstracto desligado da realidade e do contexto e se procurou uma solução para o decorar", acrescentando-lhe mais uma marca, que se distinga.
Os gastos de água não me parecem argumento válido num clima temperado atlântico e existindo soluções de armazenamento da muita que cai dos céus.
Finalmente, sem ironias, o que é que lá estava de importante e foi delapidado ?
Continuo a achar que a democracia ainda é a melhor das soluções, embora a cidade resulte sempre de conjugações de poder, dos técnicos, dos políticos e dos privados e raramente do do povo.
O conteúdo das minhas mensagens, testemunham que apenas estou ao serviço do pensamento próprio.
Mário G., Fernandes

De: Mário G. Fernandes - "alameda" 

Começo a compreender melhor o inbróglio legal em que a cmp se meteu por não ter modificado o PDM antes de solicitar a expropriação por utilidade pública dos terrenos centrais da alameda 25 de Abril. O PDM previa para ali "uma via de 15 a 20 metros de largura, no centro dos terrenos, e não as duas vias com 80 metros de largura". Começo a compreender os milhões de que falava o arq. Pulido Valente. Neste momento os terrenos são privados, pois o tribunal assim entendeu, e creio que bem, mas também reconhece, como informa o 1º de Janeiro on-line de hoje (22 de Maio), "que isto não significa que "o projecto esteja errado e o PDM certo". Os juízes reconhecem que o bom planeamento e ordenamento do território da cidade podem exigir uma alameda como a que está construída. Contudo, salientam, "nesse caso não restava senão proceder primeiro à alteração do PDM, e expropriar depois".
O problema é que se a cmp agora mudar o PDM e requerer a reexpropriação, já os terrenos estão noutras posição e condições, que a própria proporcionou não se esqueça, até já têm projecto, mesmo se não aprovado. De tudo isto "os milhões". E esta! Parece que foi o anterior poder autárquico o responsável.
Neste contexto tenho mesmo de mudar de opinião.
Assim, deverá diligenciar-se intensa e prolongada negociação, nesse âmbito talvez tenha se possa aceitar alguma construção, mas não aquela. É um dos casos em que a lógica corbusiana poderá fazer sentido: um parque com uma torre ou duas. O Siza propõe três para a Alcântara, como se sabe. Julgo que o arq. Pulido Valente tem uma torre em Viana do Castelo (nas proximidades da Escola Superior de Educação), que sempre achei interessante, certamente encontraria alguma solução. Não gosto é daquela densidade visual de escadinhas e terraços.
Apesar de tudo, estou apenas a tentar ter algum pragmatismo, já que continuo a preferir a ideia do mini-parque urbano, desde que a sua concretização seja razoável.
Mário G. Fernandes

De: Pulido Valente - "A Alameda 25 de Abril" 

Nota de TAF:
Agora que esta alameda está na moda (ver comentário anterior), aqui vai mais alguma informação a pedido de José Pulido Valente, na sequência também do debate que está a haver no grupo PNED.
O texto seguinte é dele. Apenas uma explicação: "p.m." refere-se a Patrício Martins.

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mostro duas plantas: uma das normas provisórias; a outra do p.m. São uma e a mesma coisa. O p.m. assim como, o fernades de sá e o ventura, foram contratados pelo presidente como assessores para fazer planos sem concurso público. E o siza e o s. moura?. Também. São homens da situação. E nós aqui temos de ser coerentes. Se temos reservas para uns temos de ter para os outros pois todos combatemos aquilo que as câmaras têm feito. Não é assim Rio Fernandes?

        

As n.p. , da autoria do GIP (sabem o que é?) foram publicada em 1999; ilegalmente porque não são normas, são um plano (quanto muito um ante-plano) com plantas de todo o concelho, regulamento e tudo. Não houve discussão pública.Umas normas provisórias são um texto que, numa altura em que não há PDM ou este está suspenso, regulamenta as acções urbanísticas a levar a efeito na zona delimitada para ficar sob a sua influência. Não é obrigatório que seja todo o concelho como neste caso. O PDM não foi suspenso como era obrigatório. A simples publicação no D.R. das normas não suspende o PDM. A resolução 177/00, que faz publicar as., afirma que o PDM está em vigor. O gim integrava a Manuela Juncal, suponho que o Lameiras e, também, que o Miranda (que era o director municipal da cmp) estava na jogada. Este grupo de pressão manteve-se até que o Ricardo acabou com isso. Bem haja (não faz só disparates). Como podem ver a alameda é emparedada por construções ao longo das vias cortando toda a comunicação visual com a cidade. Utiliza-se aquele espaço tão agredido para impor uma solução já há muito abandonada, com grandes custos para o erário municipal e sem vantagens para as pessoas. Porque é difícil usar um espaço pseudo público, tipo jardim, no meio de vias de grande movimento. Além disso o projecto recorre aos tradicionais blocos de rez e seis ou oito andares que aqui, no pned, se chamam caixotes. Parece que se tomou aquele território como se fosse um caso abstracto desligado da realidade e do contexto e se procurou uma solução para o decorar. Por acaso a solução corresponde ao que os investidores querem que se faça nos planos das câmaras. Não há q.q. tentativa de propor uma solução original nem procura de uma solução própria para aquele espaço. Esqueceu-se o entorno. Delapidou-se parte importante do que lá estava. Adoptou-se aquela solução de entre as várias que o cardápio fornece. MAL. Além dos gastos de água de que o Nuno fala é preciso avaliar se o lago e o ajardinamento que a solução propõe justificam os custos que têm.
Se alguém alguma vez beneficiará com aquele espaço.
Na m. solução ocupo pouco mais de 15% da área central e dou -lhe um sentido e um significado. Deixo a bordadura sul/vistas livre para todos, TODOS, beneficiarem dela. Sejam os moradores sejam os que estão ao nível das vias. Além disso proponho uma solução nunca vista. Daí não admirar que as primeiras reacções sejam de estranheza. Quem sabe um pouco de história sabe como estas coisas são. Mas a estranheza e mesmo a recusa não querem dizer que a democracia é a melhor das soluções para estes casos. Veja- se o que a história ensina sobre o que acontece aos pensadores que apresentam ideias diferentes das oficiais e comuns. Esperava mais maturidade nas reacções de pessoas que, em princípio, são menos comuns e mais interessadas e cultas.Aqui estou para o debate.jpv

De: TAF - "Novidades bombásticas!" 

Estejam atentos aos jornais dentro de algumas horas, ou o mais tardar no Domingo.
Vão aparecer notícias verdadeiramente bombásticas sobre a Alameda 25 de Abril!

E mais não digo, para aguçar o apetite... ;-)

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PS - Foi rápido. Três quartos de hora depois de ter escrito isto acima, a edição na Internet d'O Primeiro de Janeiro já conta a história:
Terrenos da Alameda 25 de Abril são privados.

Já agora, outros apontadores que fui vendo sobre outros assuntos que já não são novidade:
- no DN - Rio chama notáveis para reabilitar a Baixa do Porto
- no JN - Reabilitação com zona prioritária
- no Primeiro de Janeiro - SRU terá Conselho Consultivo

2004/05/21

De: Pedro Aroso - "SRU «Porto Vivo» vai ter Conselho Consultivo" 

O Dr. Rui Rio anunciou hoje a constituição do Conselho Consultivo da SRU «Porto Vivo»!!!
http://www.cm-porto.pt/pageGen.asp?SYS_PAGE_ID=455902&ID=1167

Pedro Aroso
pedroaroso@clix.pt
http://www.e-architect.net

De Pedro Aroso - "Boas notícias..." 

De acordo com uma notícia publicada no jornal "Público", o vereador Ricardo Figueiredo anunciou que "a Sociedade de Reabilitação Urbana (Porto Vivo), que tem uma certa autonomia em termos de licenciamento em relação à Câmara", pode intervir em alguns quarteirões de forma a avançar "rápida e eficientemente em relação a esses projectos".

Este vereador foi o mesmo que prometeu que a celeridade na apreciação dos processos de licenciamento ia melhorar muito a partir de Janeiro de 2004 (http://www.cm-porto.pt/pageGen.asp?SYS_PAGE_ID=455902&ID=1111 ), admitindo mesmo "a candidatura dos Serviços Municipais de Urbanismo ao certificado de qualidade".

Pedro Aroso
pedroaroso@clix.pt
http://www.e-architect.net

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Nota de TAF: Vale a pena consultar as notícias de Urbanismo do site da CMP. Tem informação desde início de 2002 e é interessante ler as promessas e planos que lá foram sendo apresentados ao longo do tempo. Quando passarão os "decisores" a ser responsabilizados pela sua acção ou inacção?


De: Miguel Barbot - "PortoGaia" 

Porto, Gaia e Pontes hoje no Público

De: António Alves da Silva - "Vamos ao que interessa?" 

Começo por citar o TAF na sua primeira frase na abertura deste blog:

"A Câmara Municipal do Porto ficou de criar um fórum de debate sobre os problemas do Urbanismo e da Baixa do Porto"

Assim nasceu e é com alguma surpresa que vejo que o entusiasmo vai esmorecendo. Sendo assim, aqui vai uma espevitadela!
Acho que, para nos mantermos fiéis ao tema e ao tão necessário quanto oficialmente inexistente debate, há que não cedermos à tentação de transformar este espaço num tribunal popular de projectos e interesses específicos. Igualmente deveremos evitar que este fórum se transforme no local onde se apresentam, justificam ou vendem projectos particulares.
Assim, por muito respeito que me mereça a proposta de JPV para a alameda 25 de Abril, os comentários efectuados pelo A.Burmester em 1998 a respeito do projecto agora executado ou os nºs dos processos metidos na CMP pelo Pedro Aroso, assuntos que poderão ter aqui seu lugar, vamos voltar ao que é mais importante, isto é, os problemas do Urbanismo e da Baixa do Porto.

Aqui vão umas achas para a discussão!

TEMA: O trânsito na baixa.

- Para quando a recuperação do dinheiro empatado em "milhares" de sinais de estacionamento proibido que, pelos vistos, não servem para nada?
- Idem, para a tinta amarela!
- Para quando o estabelecimento de carreiras e horários da STCP que não provoquem "engarrafamentos" de autocarros (veja-se o estado da Avenida dos Aliados e da Cordoaria?
- Para quando um regulamento eficaz de cargas e descargas?
- Para quando a organização e regulação das carreiras privadas de transportes públicos que se sobrepõem nas horas de ponta fazendo 2 e 3 empresas o mesmo trajecto? Para não falar da vergonha das garagens de autocarros no centro da cidade (Rua dos Fenianos, Rua Alexandre Herculano, Rua do Ateneu Comercial do Porto, etc.
- Para quando o acabar com os lugares "comprados" em frente a estabelecimentos comerciais os quais deveriam servir para os clientes e não para o "empresário" deixar o Bêéme, o Mercedes ou o Fiat 127 estacionado durante todo o dia?
- Vamos falar de preços-hora dos estacionamentos concessionados na baixa?

E agora, a cereja do bolo!

- Para quando uma abordagem honesta e crítica ao Plano de Mobilidade da Baixa do Porto, elaborado em 1999/2000, que serviu de base aos projectos de intervenção no espaço público da Baixa, aprovado pelo Executivo e que, bom ou mau, alguém meteu na gaveta e ninguém tem coragem de tomar como ponto de partida para uma discussão séria?

Aguardo expectante!!

António Manuel Alves da Silva (aasilva@iol.pt)
Engenheiro Civil

De: TAF - "Campanhã e PDM" 

Mais duas notícias do Público que só tive tempo de ler agora.

A primeira é sobre o estado miserável da Igreja de Campanhã. (Ler também isto.)

Eu conheço pessoalmente o caso. Vale a pena visitar esta igreja para ver ao ponto a que é possível chegar em plena cidade do Porto. Um dia destes hei-de ir lá fotografá-la para publicar aqui as imagens. Sublinho que não se trata de um edifício abandonado! É a igreja paroquial, com culto regular como qualquer outra.

O pároco, P. Fernando Milheiro, tem feito um fortíssimo esforço para que o edifício seja recuperado, mas até agora não conseguiu mais do que evitar que ele tenha vindo abaixo... Campanhã é uma paróquia pobre. Mesmo uma pessoa dinâmica e inteligente como este sacerdote não foi capaz de realizar o milagre de reunir os meios/apoios suficientes, sejam eles privados ou estatais, sejam eles locais ou externos.

Não há por aí um mecenas que esteja a ler este blog?
Talvez conseguisse uma cunha especial para obter um cantinho no Céu... ;-)

A segunda notícia era sobre o PDM, tal como as outras dos outros jornais que foram antes referidas.

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PS - Ainda sobre Campanhã: se alguém tiver alguma forma de ajudar, pode enviar-me mail que eu encarrego-me de estabelecer o contacto com o P. Milheiro.

2004/05/20

De: TAF - "Planta de implantação - JPV" 

Actualizei a descrição do projecto de JPV para a Alamenda 25 de Abril com a planta de implantação. A imagem não está com grande qualidade técnica mas foi o melhor que agora consegui.

De: Pedro Furtado - "Casa da Prelada" 

Acompanhei um pouco o debate sobre o PDM no forum da CMP e foi lá que descobri este seu site com o objectivo de se discutir mais sobre a Baixa do Porto. No entanto, o propósito do meu contacto é para mostrar uma casa que não está na Baixa mas que foi muitas vezes referida por alguns dos intervenientes neste site e que gostaria que se apercebessem do triste estado em que se encontra actualmente: a Casa da Prelada. Por isso envio-lhe algumas fotos que deixo ao seu critério de expor ou não.







Melhores cumprimentos,
Pedro Furtado

De: Pedro Aroso - "O novo PDM" 

Notícia no Primeiro de Janeiro:
PDM do Porto agiliza reabilitação de toda a Baixa

Pedro Aroso

De: TAF - "O novo PDM" 

Notícias no JN e no DN.

2004/05/19

De: Jorge Ricardo Pinto - "Colóquio" 

Colóquio "Portogaia: a cidade, o rio e o turismo"

Amanhã, no ISCET, Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo, vai ter lugar um colóquio subordinado ao tema: "Portogaia: a cidade, o rio e o turismo". Entre os oradores estão personalidades da Invicta como o Dr. Ruy Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, o Prof. Dr. Rio Fernandes, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Arquitecto Rui Loza, antigo presidente do Cruarb, o Prof. Dr. Paulo Morais, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto ou o Dr. Condé Pinto, presidente da ADETURN, entre outras figuras prestigiadas. O colóquio contará seguramente com um conjunto de intervenções importantes na compreensão das dinâmicas da cidade, em particular do seu centro histórico, e no perspectivar de um caminho seguro para o Porto e para o Norte do país. O evento, que anualmente a instituição vai promovendo, terá o seu início às 09h30.

Jorge Ricardo Pinto
http://avenidadosaliados.blogspot.com

De: Alexandre Burmester - "Alameda 25 de Abril" 

Já que o tema é este, passo a fazer os seguintes comentários ao desenho urbano projectado e que comentei em texto a este propósito em 1998.

Na altura apresentei um plano diferente. Mas não caberá aqui estar a divulgá-lo.
Aí vai:

"Crítica ao Desenho Urbano

O desenho urbano da Alameda poderia corresponder de um modo mais eficaz às intenções expressas nele contidas. São várias as funções urbanas que não se encontram no desenho proposto, nomeadamente:

1. Zonamento:

As manchas verdes apresentadas com intenção de interligação pedonal entre si, são fragmentadas, quer por obstáculos físicos, quer por funções diferenciadas, sem possibilidades de continuídade.

As zonas edificáveis apresentam demasiada densidade e demasiada proximidade a alguns factores de ruptura urbana, nomeadamente, as principais vias de comunicação automóvel e ferroviária. Estas pouco contribuem para a requalificação das áreas edificáveis, particularmente das unidades habitacionais fundamentais para a reabilitação desta componente e da reabilitação geral.

2. Espaço urbano:

O desenho da Alameda não apresenta, quanto a nós, a qualidade necessária pretendida a esta entrada da cidade, nem à dignidade da área pretendida.

Os seus remates terão num dos topos uma escola pública semi degradada, e noutro um laguinho, se calhar com características cibernéticas.

As zonas edificáveis que formam as suas frentes, pouca relação apresentam entre si, por um lado, motivada pela distância que as separa, por outro, pelo carácter pouco ambientador que proporcionam as vias de circulação implantadas. O espaço verde intermediário, tal como os demais espaços verdes criados, não conseguirão ser um pólo dinamizador da fixação de população nem de implantação de outras funções, uma vez que o seu desenho apenas contribui para uma relação panorâmica de zona verde. O desenho desta frente é pouco adequado, quer a um uso comercial ou terciário, e menos ainda ao habitacional.

O atravessamento pretendido à VCI e caminho ferroviário, pela "Obra de Arte" é altamente prejudicado volumetricamente pelas construções propostas no seu enfiamento. Se a pretensão é aproximar a malha urbana da zona da Praça da Corujeira à zona oeste, mais não se consegue que a intenção, uma vez que a geografia urbana e a distância entre si o impossibilita. O desenvolvimento do vale a leste e das áreas centrais do aglomerado metropolitano passam, sobretudo, por uma comunicação fácil e rápida entre as partes e pelo estabelecimento de pontos de referência e influência capazes de proporcionar estas relações.

O desenho da praça das Flores proposto, não apresenta dimensão nem frente urbana suficiente para que consiga estabelecer esta função. Sem dimensão, e rodeada de trânsito automóvel, aliada ainda ao facto de não estabelecer relação directa com a Alameda, este desenho mais não contribuirá do que para a sua alienação urbana."

3. Vias:

O nó de ligação a leste que ordenará a circulação, e conduzirá às ligações da Praça da Corujeira , VCI e outras, apresenta-se com um leitura complicada de funcionamento, e sem hierarquização de vias.

Será ainda de salientar que a possibilidade de saída da VCI para esta entrada, para quem se dirija no sentido norte-sul, deveria quanto a nós, ser reequacionado, uma vez que se processa de uma forma bastante forçada e também de difícil compreensão."


Alexandre Burmester, Arqto.

De: Mário G. Fernandes - "comentário" 

Em relação à alameda 25 de Abril, não me interessa discutir a proposta de edificação, de JPV, no seu interior, porque me parece de maior interesse público a opinião de Patrício Martins que, e cito de novo o jornal Público, "é defensor da utilização do espaço como um jardim urbano, apenas com equipamentos de lazer e animação. O objectivo, explicou mais detalhadamente, "é criar um miniparque, onde se pode juntar um pequeno parque infantil, área de jogos, árvores e lagos"."
Além disso, fico surpreendido com a preocupação de JPV em afirmar que "esta solução pode poupar milhões de euros à cmp em expropriações", pois a poupança, como penso que concordará, nunca foi condição essencial para as boas soluções urbanísticas e, esse argumento parece-me adicionado para motivar as pessoas para a aceitação. Não tinha conhecimento do projecto de "uma via paralela à alameda, do lado norte", que, como JPV, "quanto a mim, [também] não faz sentido", mas penso que a sua anulação pode acontecer independentemente da construção no interior da alameda.
Quanto ao projecto de edifícios de JPV até pode ter algum interesse, se for noutro local que não o interior da alameda 25 de Abril. Mesmo assim, parece-me que o espaço público que se encontra sob as "escadinhas" nunca será muito público, quando muito será utilizado como espaço de passagem, se algum condomínio não se lembrar de colocar pequenas barreiras franqueáveis que o tornarão semi-público. Apesar de tudo parece-me pertinente, particularmente em áreas não consolidadas, a discussão colocada por JPV em torno da questão da falta de flexibilidade das regulamentações de cérceas, volumes e quejandos e nas conversas e reflexões que vou efectuando em torno destas questões, já me lembrei que as "comissões de estética", da primeira república (agora com representantes da edilidade, das ordens profissionais, dos interesses económicos e com personalidades de reconhecida competência e idoneidade da cidade), poderiam ser uma ideia a reponderar para avaliar soluções que rompam as normativas mas possam acrescentar alguma inovação à cidade.
Mário G. Fernandes

2004/05/18

De: Nuno Quental - "alameda 25 de Abril" 

Respeito muito o Arq. Pulido Valente, e a amizade, embora recente, que temos, deixa-me à vontade para falar sem ser mal interpretado. Admiro sobretudo a sua isenção face aos poderes existentes, coisa não muito comum actualmente, que lhe permite dizer aquilo que pensa sem quaisquer pruridos (e que resulta, como sabemos, na sua forma algo asneirenta de falar... mas convenhamos que isso também não é muito grave. Aliás até serve para dar umas boas gargalhadas :)

Sobre o projecto que tem para a Alameda 25 de Abril. Gostei da ideia de edificar no centro. Tipicamente os separadores centrais não são usados pelas pessoas e só servem para gastar enormidades de água a regar a relva. (Mesmo em Marechal Gomes da Costa, preferia de longe ter uns passeios maiores com ciclovias do que o interior tão largo - que, sendo bonito, é pouco útil. Claro que mantia o espaço para as árvores!). Portanto, acho preferível que se edifique no centro e que os espaços livres em volta, esses sim, sejam ajardinados.

Contudo, o arq. Pulido Valente pouco ou nada salvaguarda de espaço público que não seja por baixo dos edifícios. Não me parece grande solução. As pessoas gostam de sol e de luz, não da sombra criada por um enorme edifício sobre as suas cabeças (também gostam da sombra das árvores, mas isso é outra coisa). Acho muito melhor que se tire proveito do espaço livre, da possibilidade de ter "vistas", ou seja, de não ter o campo visual (para cima ou para os lados) barrado por cimento. É isso, afinal de contas, que permiteuma certa descompressão da vida em cidade.

O desenho, embora seja reflexo de uma opção estética, também não é do meu agrado. Acho-o até bastante feio, tipo uns caixotes uns em cima dos outros, formando uma espécie de pirâmides repetitivas e pouco criativas (já agora pergunto: como funcionariam os elevadores? Enfim, acredito que haja soluções técnicas para isso). Curiosamente, as casas estão viradas umas para as outras, em vez de estarem direccionadas para o vale envolvente para usufruir de alguma vista. Visto de longe parece uma massa de cimento contínua tipo favela. A densidade pode ser a permitida pela UOPG, mas não deixa de ser elevada. Ou se não é, parece.

Por fim, o projecto rompe completamente com a envolvente. E não esqueçamos que mesmo ao lado passa a Rua de S. Roque, onde ainda podem ser encontrados belos palacetes. É certo que a zona está muito descaracterizada, mas é escusado dar-lhe o empurrão final para o abismo.

Eu não sou arq., não seria capaz de propor uma boa alternativa em termos de arquitectura. Saúdo o Arq. Pulido Valente por ter despoletado esta interessante discussão, onde se fundem urbanismo com ideais de estética.
Afinal de contas a cidade é de todos, por isso temos o dever de nos pronunciar sobre as propostas que têm sobre ela um impacto significativo. Creio ser muito saudável este princípio das maquetes virtuais, deveria até ser obrigatório pelo novo PDM para projectos de grandes dimensões.

De: Pulido Valente - "comentário" 

caros pneds da alameda, as v. participações deviam ser menos emotivas e mais racionais. Sejam elas quais forem as vossas participações são sempre material que me é útil. Julgo que mereço que se reconheça que este meu trabalho é uma pedrada no charco e ninguém ainda disse isso. Porque não conhecem o charco? Impossível. A burocracia, as ideias feitas, os "slogans" e a data de baboseiras que se dizem por aí nos média quando se fala da cidade são parte quotidiana do charco. Contra a qual, e não só, se tem lutado aqui.
Vejam :
1 - na minha proposta o espaço central, que tem aprx. dois hectares, é ocupado em menos de 4.000m2 (exagerei na apresentação do trabalho ao taf e disse 5 mil).
2 - sob cada "abobada" (ventiladas e iluminadas) fica uma área de 50,m x 67,0 -3.350 m2 -m livre e aludial com melhores condições para usufruto dos cidadãos;
3- entre cada par de "edifícios" fica uma área de 15,0m x 67,0m pública mais outro tanto nos jardins das casas com rez do chão - total 2.010m2.
4 - (insisto) cada habitação tem um terraço (ou jardim no rez do chão) a sul, nascente ou poente, com sete metros de profundidade o que dá para casas de oito metros de frente, T2, 56m2 de terraço ( essas habitações têm de área bruta 128 m2) portanto mais de metade da área útil;
5 - os acessos de peão à área central serão feitos: do lado norte por passagens superiores e do lado sul por galeria ou passagens superiores; além dos acessos naturais do jardim Guedes de Oliveira por passeio. Não há pois dificuldades de acesso do peão ao centro e quem pagará não é a cmp mas os investidores.
6 - esta solução pode poupar milhões de euros à cmp em expropriações e evita a construção de uma via paralela à alameda, do lado norte, que, quanto a mim, não faz sentido e só prejudica (cria um lote entre a alameda e essa via que só permite uma construção servida pelas duas vias e expropria terrenos desnecessariamente);
E SOBRETUDO
7 - a solução abre a cidade para as vistas pois do lado sul não há construções acima da rua e os intervalos entre as abobadas, e o recortado das mesmas, (escadinhas) permitem que todas as habitações tenham largas e óptimas vistas como se adivinha nas fotomontagens e nas fotografias do local já publicadas.

Portanto
A - nem as pessoas que estejam na parte central, nem as que estejam nas habitações estão emparedadas SEM VISTAS.
O usufruto da cidade é um direito que o arquitecto deve fazer tudo para proporcionar.
B - esta proposta, que é pouco mais que uma ideia, é uma demonstração de que as leis estão caducas e não servem: CERCEAS? IMPLANTAÇÃO E VOLUMES?
C - Prova que as pessoas estão culturalmente formadas pelo estereotipo do bloco/ caixote mesmo quando o condenam porque apareceu uma coisa nova e ninguém salientou que ao menos se trata de uma tentativa para fugir a essa tirania.
D - Prova que há na cidade grupos de pressão para que nada mude pois quando aparece alguma novidade a reacção é emotiva, nada madura, assenta em ideias feitas e utiliza expressões falsas e envenenadas com uma linguagem nada técnica, no caso dos técnicos, e sempre usando chavões, com significados generalizadamente usados depreciativamente, para motivar as pessoas para a não aceitação. Nunca para a discussão e o esclarecimento.

Por hoje basta, espero que vos preste e cá estou para o debate..jpv

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Nota de TAF: Este texto é reprodução da resposta de JPV a comentários que apareceram no grupo de discussão PNED, em http://br.groups.yahoo.com/group/pned/.

De: TAF - "PDM - debate adiado" 

Do Público: Câmara Adia Debate Sobre PDM do Porto

De: Pedro Aroso - "O nosso blog II" 

Olá Cristina

Eu conheci a Dra. Ana Maria de Morais e Castro pessoalmente na semana passada!
Embora não tivesse agendado qualquer encontro, bastou-me falar com a sua secretária e alguns minutos depois fui recebido no seu gabinete. Este comportamento contrasta, desde logo, com o de algumas personagens da Divisão de Urbanismo, que parece terem nascido com o rei na barriga... É mais difícil falar com o Vereador do Pelouro do Urbanismo do que com o Presidente da República.
Frequento a CMP há 25 anos e não me recordo de alguma vez o vereador deste pelouro se recusar a falar com os arquitectos, como agora acontece com o Ricardo Figueiredo. Mas adiante. Voltando à Dra. Ana Morais e Castro, a minha opinião é a de que, no interior da CMP, existe um boicote deliberado ao seu trabalho. A explicação é simples: a sua dinâmica é incompatível com a pasmaceira, a apatia, a indiferença, a burocracia e a incompetência que se instalaram na Divisão do Urbanismo.
Ao contrário daquilo que possa pensar-se, o Dr. Rui Rio conhece bem a degradação a que esta situação chegou e já tomou algumas medidas. Consciente de que o actual quadro de funcionários não é capaz, por si só, de preceder à necessária reestruturação, contratou uma empresa privada para executar essa tarefa. O meu receio é o de que, com estes ovos, nunca mais conseguirão fazer omeletas! Aqui fica a minha sugestão: contratem gente competente e não percam mais tempo a fazer promessas.

Pedro Aroso
pedroaroso@clix.pt
http://www.e-architect.net

De: Cristina Santos - "O nosso blog" 

Informa-nos a Dr.ª Ana Castro , profissional dedicada e atenta do Dep. Informático da C.M.P., que o BLOG não surte grande audiência junto dessa entidade, no que me diz respeito nunca considerei essa audiência uma meta, alias que tal seria de estranhar dado que não acedendo o executivo ao Espaço de Dialogo, não teria meios de saber da existência ou da importância deste Blog.
Considero que este Blog é uma forma de obter opiniões e discutir a Baixa, por forma a reunirmos ideias concretas e realistas, que mais tarde poderemos sintetizar e apresentar ao Departamento de Urbanismo, numa tentativa desesperada de encontrar um caminho propicio à reabilitação.
Este Blog, na minha modesta opinião, não é concorrente directo do espaço de dialogo, nem teria hipótese perante os mecanismos humanos e técnicos que CMP dispõe.
Este Blog é mais um reflexão que se pretende produtiva pela qualidade das participações e viabilidade das soluções em discussão.
Acontece que o espaço de Dialogo é um centro de esclarecimentos on-line, onde se prestam informações, onde em tempo útil apresentaremos as principais conclusões deste blog, à luz do que temos vindo a fazer à medida que essas conclusões se realçam, o nosso Blog é um espaço de ensaio às opiniões que formulamos no espaço de dialogo, que por sua vez parecem irrelevantes para o Departamento de Urbanismo.
Alias que o propósito original do Blog seria uma experiência abolida mal o Espaço de Dialogo funciona-se de acordo com o beneficio da sociedade, não pretendo quando participo no Blog obter audiências ou outros, o meu objectivo é discutir ideias, que reforcem ou até alterem o funcionamento do Porto, através de conclusões fundamentadas apresentadas a quem de direito.
Não posso deixar de dizer que apesar de não conhecer pessoalmente a Dr.ª Ana Castro, nutro por ela admiração no empenho que dedica aos seus projectos e na concretização dos objectivos a que se propõem, considero até que a força que a move é da mesma estripe da que move este Blog, sei que seria profissionalmente penoso mas gostaria de a ver entrevir no Blog, não sendo tal possível ainda bem que a Dr.ª Ana se mantêm no espaço de dialogo, de contrário o mesmo perderia o significado da força e da tentativa de diversificar os meios de dialogo, e até levar aos mais desatentos da Autarquia as novas tecnologias e o conhecimento da Internet e da sua força.
Ate sempre
Cristina

2004/05/17

De: Cristina Santos - "GESTÃO FLEXIVEL" 

Tem toda a razão o Eng. António Alves quando observa a falta de estratégia neste tipo de planos gerais Autárquicos ou nacionais.
Tive exactamente a mesma sintomatologia no debate da Alfandega, acreditem que me apeteceu questionar a mesa sobre a importância de se efectuar o levantamento das causas e a urgência de encontrar soluções, não é tanto a falta de estratégia, mas sim uma solução definida em timmings e estritamente ligada à solução mais viável para a recuperação.
Mas cumpre-me enaltecer a evolução, porque em Novembro do ano passado, alguns dos relatores e futuros dirigentes da SRU nem sequer alvitravam o conhecimento das causas.
Deprime-me no entanto exista um único factor comum nas conferencias realizadas de Novembro até Maio,esse ponto em comum é a falta deste ou daquele diploma, a falta deste ou daquele estudo, que inviabiliza a resposta social, a apresentação de soluções mais concretas, enfim.
Depreendo no entanto que à falta disso tudo, se opte por iniciar a intervenção numa área sem grandes problemas sociais, sem graves problemas habitacionais, sem muitos inquilinos, em edifícios de proprietários abastados etc., etc, etc... depois e com a publicação de nova legislação, que quanto a mim deverá compreender a aceitação ou a mudança da Lei das SRU no que diz respeito ao arrendamento, ou seja deve definir se as actualizações efectuadas ao abrigo da SRU se manterão com a nova lei do arrendamento ou se pelo contrario esses inquilinos serão aumentados duas vezes....etc
Resumindo é claro e obvio que à data, falta definir métodos que concretizem objectivos mais concretos, mas em todas as áreas a eficiência e a exigência decresceu, hoje damo-nos por satisfeitos se tivermos sido mais ó menos bem servidos, ficamos surpreendidos se não existirem desentendimentos ou se até conseguirmos evitar rebeldias burlas e perdas juridicas... ausculta-se diariamente na população frases como «ao que eu vejo, não fui assim tão mal atendido...»
Isto resulta da excedente informação de direitos mal perceptível para o povo, dessa confusão, nasce também um aceitação geral de um baixo nível de efeciencia... muitas empresas encerram as portas em Portugal, porque a maioria dos trabalhadores reivindica o direito da incompetência face aos salários, há sempre uma razão numa actualidade onde tudo pode ser contestado nem que seja com os estudos de FREUD, assim substituir esses trabalhadores afigura-se uma nova luta que nem sempre vale a pena travar... este fenómeno é também preceptivel nas exigências que hoje fazemos ao nosso executivo, contentamos-nos com o pouco que possam fazer desde que não causem grandes problemas... e como tal é assim que o Governo procede, não levanta grandes questões, nem define grandes objectivos as audiências haverão de decidir... GESTÃO FLEXÍVEL MEUS CAROS...
Cristina Santos

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